29.1.15

Capítulo 48 - Parte 2/2 + Happy Lovatic Day + Divulgação

Desde quando cachorro comia bolo? Bolo com chantili! E o pior, eles estavam sujos de chantili e algo escuro que ninguém conseguiu identificar o que era. Melecados e se esfregavam em tudo! Demi cerrou os dentes para não gritar, mas arregalou os olhos quando eles notaram a presença dela e puseram a correr em sua direção pulando. Os seis! Ai meu Deus! O que ela iria fazer? A primeira reação foi se esconder atrás de Daniel, mas não adiantou muito.

   - Socorro! - Gritou apavorada ao ver tanto cachorro a rodear latindo e pulando com a língua para fora.


   - Garotos! - Daniel tentou os afastar assoviando, mas de nada adiante, os cães estavam tão felizes com a volta de Demi que mal o ouvia, apenas pulavam eufóricos demais. - Parem! - Disse passando os braços pela cintura da mãe para abraçá-la contra o peito.


   - Quem quer biscoito? - Gritou Elizabeth batendo uma colher à panela para chamar a atenção daquele tanto de filhote, e só depois de Demi gritar por socorro e fazer Daniel pegá-la no colo foi que os filhotes, um tanto bobos, desistiram de tentar ganhar algum carinho para comer os biscoitos que Elizabeth trilhava em direção ao jardim.


   - Ai meu Deus! Que agonia. - Disse ainda assustada quando o garoto a colocou no chão. - Meu santo Deus. - Murmurou nervosa ao ver aquela bagunça. A pia e a bancada transbordavam de panelas e louças, o fogão não estava diferente, e ainda por cima completamente sujo! As cortinas leves e brancas com algumas florzinhas estavam sujas de algo vermelho, que Demi deduziu que seria molho de tomate. A geladeira tinha tantas marcas escuras que formavam perfeitamente dedos humanos e uma a palma da mão. O chão branco parecia ter sustentado a primeira e a segunda guerra mundial, estava tão sujo! A cozinha de Demi costumava ser a cozinha mais organizada da família, tudo sempre estava em ordem e era prazeroso estar lá, porém agora tudo que ela queria fazer era fugir para bem longe daquela bagunça.


   - Mãe, fique calma. - Daniel tentou abaná-la com uma bandeja, mas Demi apenas fitava a bagunça boquiaberta. Agora a sua cozinha tinha até chantili sobre a mesa e pegadas de terra em formato de patas!


   - Essa casa está uma bagunça e vocês querem que eu fique calma? - Disse gesticulando as mãos fazendo tanto Lizzie quanto Daniel se encolherem. - Nós vamos limpar isso, nem que ficamos o resto do ano limpando essa.. coisa. - Murmurou caminhando bravamente em direção à mesa onde estava o bolo esfarelado pelos cães e revirou os olhos com gosto. - Enquanto essa casa não estiver em ordem todo mundo fica longe de celular, notebook ou qualquer aparelho que se conecte a rede que possa tirar a nossa concentração! - Disse andando de um lado para o outro os fazendo se sentir como soldados recebendo as ordens do capitão. - Daniel, você vai lavar aqueles cães com muita água e sabão, e eles não entram nessa casa enquanto não se comportarem. E por favor, ligue para o seu pai e peça para que ele compre algumas coleiras. Elizabeth, você vai me ajudar a buscar a lavadora de alta pressão do seu pai para limparmos essa casa. - Dito isso, Demi subiu para o quarto para se trocar. Ah! Como ela sentiu saudade de usar as camisas dele. Ficavam tão bem nela, eram confortáveis e tinham o cheiro dele. Demi sorriu boba e  ansiosa para que ele chegasse em casa para que ela pudesse levá-lo para o quarto para que eles pudessem saciar todo aquele desejo feroz que os consumiam, mas ao pensar na bagunça que a esperava todo o ânimo foi embora enquanto descia degrau por degrau da escada desanimadamente. - Limpar essa bagunça amigão. - Disse a Buffy fazendo um breve carinho no pelo dele.


   - Aquela máquina é pesada. - Ronronou Elizabeth surgindo da sala.


   - Nós pedimos ajuda ao seu irmão, vamos bebê, quero me livrar dessa bagunça o mais rápido possível. - Bem, a ajuda de Daniel tinha sido realmente necessária. E mais tarde, depois de limpar a geladeira e jogar praticamente tudo que estava azedo ou vencido fora, ou seja, esvaziá-la e limpá-la se segurando para não vomitar horrores, Demi atirava jatos de água por toda aquela sujeira bruta com a lavadora de alta pressão fazendo a sujeira sumir em um piscar de olhos enquanto Elizabeth ensaboava a cozinha com gosto.


A mesa suja agora brilhava limpa, a louça estava sendo limpa por Demi e Lizzie enquanto o chão da cozinha refletia o teto de tão limpo que estava. O leve aroma de lavanda era divino! Ora, Demi trocou todo o jogo de cozinha substituindo o antigo de florzinhas por um branco com sutis detalhes azul céu. E mesmo Lizzie estando cansada, a menina limpou os armários e colocou tudo sobre eles e no interior deles como a mãe pediu. No final das contas a cozinha estava brilhando.


   - Acabou? - Perguntou Elizabeth puxando uma cadeira da mesa para se sentar.


   - A sala e aquela bagunça de tinta. - Disse Demi saindo pela porta dos fundos da cozinha para verificar como estava Daniel e os pequenos terríveis.


   - Não! Quieto! - O garoto gritou tentando correr atrás do filhote branco todo espumado, mas o jato de água em sua face o impediu. - Quieto! - Gritou tentando pegar o pequenino. Daniel chegara a tremer, e o engraçado era que Buffy estava deitado entre as roseiras de Demetria assistindo a tudo como se achasse divertido.


   - Quietos! - Disse com coragem, mas os filhotes a ignoraram e continuaram a algazarra adorando se sacudir esparramando espuma para os quatro ventos.


   - Quietos agora! - No mesmo instante os filhotes cessaram as travessuras para fitarem Daniel os olhando com os olhos cerrados. O garoto sempre era tão carinhoso e brincalhão, mas para tudo tinha um limite. - Elizabeth! - Dan gritou a irmã e só agora percebera que a mãe o olhava um tanto admirada. - Pode me ajudar a levá-los para a garagem? - Perguntou carinhosamente se aproximando dela para plantar um beijinho na barriga e logo na testa.


   - Eles não vão me morder? - Perguntou Demi com receio sentindo os braços de Lizzie rodearem a sua cintura. Aqueles filhotes eram tão fofinhos e lindos, mas eles simplesmente a apavoravam, pois eram tão animados e atrapalhados.


   - Claro que não, eles só são agitados demais mamãe. - Demi sorriu ao sentir o beijo de Lizzie na sua testa e logo a menina ajudava o irmão pegando dois dos cachorrinhos nos braços para levá-los para a garagem. Como Daniel tinha levado dois assim como Elizabeth, sobraram dois filhotes e Demi tomou coragem e os pegou no colo para levá-los para a garagem.


   - Você só fica nos vigiando. - Disse a Buffy que a seguia praticamente colado ao seu lado. - Você é o pai deles, tem que colocar ordem no seu galinheiro rapaz. - Demi riu quando Buffy choramingou alguma coisa adentrando a garagem junto a ela.


   - As toalhas estão na dispensa. - Disse Daniel a Elizabeth. A fileirinha de Golden Retriever era tão linda. Do branco ao caramelo. Daniel ligou o secador e secava um filhote enquanto Lizzie tirava o excesso de água dos pelos dos outros. - Nada de aprontar menina. - Quando Dan colocou a cadelinha cor de caramelo no chão, automaticamente ela caminhou para perto de Demi e a fitou com os enormes olhos pidões da mesma cor do pelo.


   - Oi. - Cumprimentou-a. Demi fitou os olhos da cadelinha e sorriu quando Buffy empurrou a filhote com a cabeça para perto dela como se pedisse para que ela a pegasse no colo. - Está e a Lola? - Perguntou ao se lembrar do nome da cadelinha enquanto a pegava no colo.


   - Sim, a minha Lola. - Respondeu Elizabeth secando o filhotinho branco.


   - Você tem belos filhotes. - Deveria ser a primeira vez que Demi não ficava apavorada por conta deles, ao menos quando não estavam fazendo arte. - Mas a sua carreira de pai já está boa de encerrar. - Buffy choramingou como se entendesse o que Demi dizia e deitou-se com as patinhas para cima para que ela acariciasse a sua barriga com o pé.


   - Mãe, eu estou com fome. - Disse Daniel desligando o secador apenas para dizer aquilo.


   - Terminem com os filhotes que nós providenciamos o nosso almoço. - Cozinhar seria praticamente impossível, Demi havia esvaziado a geladeira, pois não havia um alimento que ainda prestasse, eles teriam que ir as compras e assim fizeram depois de limpar a sala e as áreas que rodeavam a casa junto com o jardim. Aquele lugar era enorme e por incrível que pareça, a bagunça estava esparramada por todo ele, Demi só não conferiu o terraço por falta de tempo, pois daria uma da tarde e o almoço ainda não estava pronto.

Como Demi ainda não podia dirigir, Daniel insistiu tanto para que o fizesse, que a mãe acabou aceitando de coração na mão sempre o auxiliando com todo o cuidado do mundo. Los Angeles era uma cidade enorme e com isso o trânsito era infernal e cheio de armadilhas como motoristas embriagados e afins. Algum tempo depois, três carrinhos transbordavam com tudo que Demi precisava para alimentar a família, incluindo aquele tanto de cachorro, da forma mais saudável possível, ela definitivamente não estava brincando quando disse que queria cuidar de todos. A casa estava limpa que chegara brilhar, e a comida estava a caminho. Demi explicava Daniel como passava a marcha e vez ou outra o garoto revirava os olhos e levava uma senhora bronca da mãe, ele já sabia como funcionava um carro por completo. Dan sabia até como consertá-los!

   - Não carregue peso, nós levamos as sacolas para dentro de casa. - Repreendeu o garoto tomando as sacolas da mão da mãe. Demi o observou por várias vezes entrar com sacolas e sair da cozinha a procura delas. Dan estava tão grande e tão lindo. O engraçado era que ele não era parecido muito com ela e nem com Joe, exceto pela cor da pele, Daniel era como ela, branco rosado e o sorriso era um pouco parecido com o dela. Já Elizabeth era a sua cópia fiel, e Demi estava assustada com a evolução da menina. Lizzie tinha parado nos seus um metro e sessenta e um, mas algo mudava a cada dia que se passava. O corpo antes de menina ganhava curvas lindas e vistosas. Eric e Joe ainda teriam muita dor de cabeça.

   - O que nós vamos fazer para o almoço? - Perguntou Elizabeth a puxando para a cozinha.

   - Hum.. surpresa. Que tal vocês arrumarem essas coisas nos armários e na geladeira enquanto eu preparo o almoço? - Demi estava orgulhosa pelo trabalho em grupo que eles fizeram, foi tão rápido e divertido que nem pareceu que estavam faxinando.

   - Surpresa? - Daniel tinha um sorriso de orelha a orelha tentando imaginar o que teria para o almoço. Ele estava morrendo de fome da comida da mãe.

   - Surpresa bebê. - Demi estalou os dedos pensando nos pratos preferidos dos filhos e nos de Joe. Ela poderia preparar um ou outro, faria uma mesa farta em agradecimento a ajuda deles. - Podem arrumar tudo, e depois vão descansar que eu cuido do resto. - Elizabeth a olhou com receio diretamente para a barriga. Tudo bem, ela sabia que não poderia extrapolar demais, mas o tempo que ela tinha ficado parada tinha sido tão longo e tedioso que Demi não se sentia nenhum pouquinho cansada mesmo depois da aventura que tinha sido limpar a casa e fazer compras de supermercado . - Não se preocupe, eu ainda posso cozinhar. - A oferta de paz foi um pequeno sorriso e Lizzie assentiu começando a ajudar o irmão a guardar as compras nos armários e na geladeira enquanto Demi buscava o caderninho de receita e algumas das suas panelas especiais.

   - Você pode fazer lasanha? - Ronronou Daniel a abraçando por trás. Ele e Lizzie já tinham terminado com as compras. Demi gostava de quando eles estavam juntos em harmonia, Daniel e Lizzie formavam uma bela dupla quando queriam.

   - Vou pensar. - Demi o olhou por cima do ombro e riu ao ver a careta dele. - Eu já disse que adoro a sua barba? - Daniel estava tão corado que Elizabeth gargalhou. - Não ria dele Beth, olha só, ele é o homenzinho da mamãe. Nos levou no supermercado, ajudou a arrumar a casa, deu banho nos filhotes. -  Demi apertou as bochechas de Dan sentindo aqueles pelinhos da barba penicá-la e logo depositou um beijo estalado ali mesmo. - Mamãe te ama bebê. - Daniel recebeu o abraço da mãe de bom grado e aproveitou para tirar vantagem mostrando a língua para Elizabeth. Oh sim! Ela já estava com ciúme.

   - Eu vou subir, vou ligar para o meu namorado. - Demi e Daniel olharam diretamente para Elizabeth e se seguraram para não rir do quão ciumenta ela era. - Passar bem. - Demi largou Daniel para abraçá-la antes mesmo que Lizzie pudesse sair da cozinha.

   - Nada de ciúme. - Disse a apertando. - Você também é o meu bebê e a mamãe te ama. - Conforme Demi a mimava, Lizzie se aconchegava mais a ela adorando sentir aquele perfume leve que só pertencia a mãe. Era engraçado como o perfume a lembrava dos melhores momentos de toda a sua vida.

   - Tudo bem, eu estou com fome e alguém precisa cozinhar o nosso almoço surpresa Elizabeth. - Disse Daniel puxando a menina dos braços da mãe. - Vamos esperar na sala, nós podemos jogar videogame, o que você acha? - Lizzie fez careta para o irmão e tornou a se aconchegar nos braços de Demi. - Elizabeth! Não seja cruel, não é só porque você não cresce mais que quer dizer que eu não tenho que crescer, e para isso acontecer eu tenho que comer, entendeu? - A careta de Lizzie estava lá de novo para pirraçá-lo, então Dan a desgrudou dos braços da mãe e a jogou sobre o ombro.

   - Daniel! Me solta! - Gritou Elizabeth vendo tudo de cabeça para baixo.

   - Capricha no almoço baixinha. - Demi o olhou feio e Dan sorriu amarelo saindo da cozinha com Lizzie choramingando sobre o seu ombro.

   - Se vocês se machucarem com essa brincadeira boba eu juro que vou esquentar o traseiro dos dois! - Gritou Demi da cozinha e logo a gargalhada de Elizabeth preencheu a casa seguida da de Daniel, eles deveriam estar brincando de alguma coisa, deduziu Demi buscando as carnes no congelador para preparará-las. Bem, ela tinha que preparar uma lasanha para Daniel e Buffy, empadão de frango para Elizabeth, assar pão de queijo para Joe, preparar a macarronada com molho branco que estava a tirando do sério desde que tinha visto um anúncio na rua com uma senhora comendo uma bela macarronada com molho branco. Que o trabalho começasse! - Mamãe vai preparar a nossa macarronada bebê. - Disse acariciando a barriga enquanto ligava o rádio. Escutar as músicas da estação de rádio enquanto cozinhava era um costume que ela tinha desde que aprendera a cozinha anos atrás. A primeira etapa tinha sido cozinhar o molho da lasanha e depois montá-la como Demi sabia que Daniel adorava. Mais tarde, enquanto a massa do empadão descansava, a lasanha era assada e a panela do arroz estava a fogo médio, Demi procurava uma vasilha para que ela pudesse massar a massa do pão de queijo e outras para que ela pudesse preparar as sobremesas que planejara. Mas ai o interfone tocou para descontrolá-la. - Boa tarde. - Disse educadamente esticando o ombro para que ela pudesse sustentar o aparelho de telefone já que as suas mãos estavam sujas de massa.

   - Demi? Sou eu, Nick. - Demi sorriu automaticamente ao escutar a voz do cunhado. - Você pode, por favor, pedir para os seus seguranças liberarem a minha entrada? - Perguntou Nick um pouco irritado e Demi ria enquanto permitia a entrada dele.

   - Eu estou suja de massa! - Os olhos de Demi brilharam de felicidade ao vê-lo e a gargalhada foi inevitável quando Nick correu e a abraçou calorosamente. - Nicholas! - Demi o empurrou e riu ao vê-lo corado.

   - Você está simplesmente radiante! - Disse admirado ao olhá-la. O sorriso dela era tão gracioso, os olhos mostravam o quão feliz ela estava e a barriga pouco curvada mostrava que o bebê do irmão estava crescendo forte e saudável no ventre da sua melhor amiga. - Você quase nos matou de susto baixinha! - Nick balançou a cabeça negativamente e curvou-se para dar um breve beijo na barriga de Demi. - Como ele está? - Perguntou sem deixar de sorrir.

   - Está bem, louco para comer macarronada. - Nick riu completamente feliz por vê-la na ativa. A casa estava tão organizada e o cheiro da comida estava o deixando esfomeado. - Sente-se, quer café ou suco? - Demi lavou as mãos e as secou no avental que usava pronta para servir o suco de Nick. - Como você sabia que eu estava em casa? - Perguntou curiosa. Além da sua família, ninguém mais sabia da sua chegada em casa. Só os Callahan.

   - Olha. - Nick buscou o iPhone no bolso e mostrou as publicações de Daniel no twitter. "Super ansioso para o almoço" era a legenda da foto de Dan com Elizabeth, ambos faziam cara de cachorrinho carente. - Olha essa. "Não vejo a hora de chegar em casa.". - Nick gargalhou ao ver a hashtag com a palavra "Love", já Demi corou.

   - Sem gracinhas. - Disse servindo uma fatia de bolo para Nick.

   - Onde estão as suas crianças? - Perguntou depois de uma mordida na fatia de bolo.

   - Da última vez que eu os vi, eles estavam na sala. - Disse ao se lembrar das gargalhadas vindas de lá. Nick pediu licença para ir cumprimentar as crianças e Demi aproveitou para desfiar o peito de frango cozido o triturando no liquidificador.

   - Daniel disse que está com fome. - Demi revirou os olhos já sabendo daquele sempre fato. - Elizabeth está quase dormindo. - Lizzie deveria estar tão cansada, a menina tinha trabalhado tanto ao lado da mãe.  - Hum.. vocês já conversaram? - Perguntou Nick depois de alguns minutos em silêncio e Demi assentiu preparando o molho do recheio do empadão de Lizzie.

   - Eu conversei com eles, expliquei tudo da forma certa e pedi desculpas. - Nick assentiu dando um gole no suco. - Nós estamos bem, eles me ajudaram a limpar a casa e fizemos compras agora pouco, agora eu estou preparando o almoço surpresa para recompensá-los. - A vontade de Nick era perguntar se ela e Joe estavam bem, mas não sabia se era o certo, não ainda.. - Como estão as coisas? - Perguntou Demi distraída enquanto mexia o recheio

   - Estão bem. Miley chega amanhã do Tennessee, Bryan está pegando o jeito com a bateria, nós estamos praticando todos os dias. - A conversa sobre a música surgiu naturalmente. Nick contava como Bryan tinha a facilidade de aprender a tocar diversos instrumentos e de como estava sendo chato trabalhar na gravadora sem ela, pois sempre que Demi estava de férias, ela passava praticamente toda a manhã na gravadora agarrada a Joe. Eles sempre brigavam por bobeiras, viviam se pirraçando e estavam namorando nos lugares mais improváveis possíveis. As manhãs eram engraçadas e era prazeroso trabalhar ali, mas na última vez que Demi ficou de férias ela não tinha os visitado. - Eu tenho uma coisa para te mostrar. - Não tinha sido à toa que Nick fora parar na casa de Demi, ele tinha algo muito especial para mostrar a ela.

   - O que é isso? - Demi abaixou o fogo da chama onde estava a panela com o recheio do empadão para pegar o papel branco da mão de Nick.

   - Você me entregou uma pasta assim que a turnê acabou, algumas semanas depois você estava em coma.. Hum.. Eu encontrei a letra dessa música nas suas coisas e achei incrível.. Dizia exatamente como você se sentia e eu precisava mostrar isso para o meu irmão, o Joe estava sofrendo tanto, ninguém aguentava mais vê-lo chorar segurando a sua mão.. Então eu mostrei a letra para ele e.. você vai ver. - Demi engoliu seco apenas de imaginar o seu Joe sofrendo por sua culpa. Conforme o papel era desdobrado, Demi reconhecia a própria letra nos vários versos.. Mas a letra pequena e masculina misturada a dela era a letra de Joe. O coração quase pulou para fora do corpo enquanto ela lia o que ele tinha escrito."In case you don’t find what you’re looking for.. In case you’re missing what you had before... In case you change your mind, I’ll be waiting in here... In case you just want to come home" Demi deixou a primeira lágrima rolar e a vontade de abraçá-lo com força a invadiu. Saber que ele sempre a esperaria independente dela estar ou não completamente confusa antes e depois do coma lhe aqueceu de uma forma tão segura e que a fazia se sentir cada vez mais completa. "In case I looking in that mirror, one day.. And miss your arms, how they wrapped around my waste I say that you can love me again.. Even if it isn’t the case... Oh, you don’t find what you’re looking for.. Oh, I'm missing my love..". Demi podia escutar a voz macia de Joe em casa frase, estava tão perfeito o que ele tinha feito. Ela só precisava ajustar alguns trechos e tudo ficaria mais perfeito. Por Deus! Era tão engraçado como eles se completavam até na letra de uma música.

   - Eu não sei o que dizer. - Demi repousou a folha sobre a bancada para limpar algumas lágrimas que rolavam por seu rosto.


   - Ele não agiu certo com você Dem.. Mas ele te ama tanto, dê uma chance para ele te fazer feliz de novo. - Se Nick soubesse o quão feliz ela estava pelo bebê em seu ventre e as crianças. Joe já a fazia feliz apenas por presenteá-la com eles.

   - Eu o amo Nick, ninguém nesse mundo faz ideia de como eu o amo. Ele me faz tão feliz, mesmo que o nosso casamento esteja hum.. parado a muito tempo. - Nick riu junto com ela, mas era verdade o que Demi dizia. - Sabe, eu não voltaria para essa casa, eu estava indo para a casa da minha mãe ficar por lá até Deus sabe quando, mas aquela casa não é mais minha.. sei que eu sempre vou ser recebida de braços abertos, o meu lugar é aqui. Com os meus filhos e o meu Joe. - Nick sorriu ao ouvir aquelas palavras. Ele torcia muito por Demi e o irmão, sabia que eles mereciam ser muito felizes.

   - Acho que a minha missão foi cumprida com sucesso. - Nick fez careta, mas riu bebericando o suco.

   - Ah não, você vai ficar para o almoço! - Disse quando Nick se levantou.

   - Fica para a próxima, Bryan está me esperando na casa da mamãe, nós vamos almoçar por lá. - Demi fez careta e arregalou os olhos ao se lembrar do recheio do empadão, que por um pouco não queimou.

   - Obrigada Nick. - Demi o abraçou calorosamente em agradecimento a visita dele. Era por isso e outras coisas que ela o considera o seu melhor amigo, Nick parecia ser a luz nos momentos mais sombrios da sua vida. - Eu vou cuidar do seu irmão. - Nick mostrou aquele sorriso tímido que apenas pertencia a ele. Era bom saber que Demi estava dando uma nova chance para Joe.

   - Eu tenho certeza que ele também vai cuidar de você e do bebê, e se não cuidar eu vou dar umas boas palmadas nele. - Demi assentiu rindo enquanto eles caminhavam da cozinha para a sala. Ah! Agora sim aquele lugar era digno de ser chamado lar. - O tio preferido de vocês está indo embora. - Demi revirou os olhos, mas riu. Kevin e Nick tinham a mania de  disputar para saber quem era o melhor tio, um subornava o filho do outro, e acaba que ninguém sabia ao certo quem era o tio  mais legal.

   - O tio Kevin estava aqui? - Pirraçou Elizabeth e Nick mostrou língua e depois eles se abraçaram calorosamente.

   - Diga para o Bryan me responder. - Disse Daniel apertando a mão de Nick, que apenas assentiu. - Ei mãe, o almoço já está pronto. - Sussurrou o garoto caminhando ao lado de Demi atrás de Nick e Elizabeth.

   - Ainda não, mas uma hora e eu prometo que a comida será servida. - Daniel arregalou os olhos e franziu o cenho fingindo que estava prestes a chorar.

   - Até! - Nick acenou sorridente enquanto caminhava para perto do carro e logo estava partindo.

   - Você está tão faminto assim? - Perguntou Demi enquanto eles adentravam a casa.

   - Nós estamos famintos. - Corrigiu Lizzie e Demi acelerou o passo para cuidar logo do almoço, pois os seus bebês estavam morrendo de fome. As sobremesas  ficaram prontas em menos de dez minutos assim como a fornada de pão de queijo era assada enquanto o macarrão da futura macarronada estava cozinhando e Demi montava o empadão na forma de vidro louca para comê-lo sozinha. O cheiro do recheio do empadão era inebriante, só ai que ela percebeu que a lasanha também cheirava e que já estava no ponto certo. Ah senhor! A lasanha cheirava tão bem que Daniel gritou lá da sala que o cheiro estava maravilhoso! Mais tarde, depois de preparar mais alguns pratos, a mesa finalmente estava posta e era de dar água na boca!

   - O almoço está pronto! - Disse Demi alegremente assim que chegou a sala e os encontrou entediados com alguma coisa que passava na televisão.

   - Ai meu Deus! - Disse Daniel se levantando num pulo assim como Elizabeth. - O cheiro está divino. - Demi revirava os olhos enquanto caminhava atrás deles até que finalmente chegaram a cozinha..

   - Eu já te disse que te amo hoje? - Elizabeth choramingou e gemeu satisfeita ao ver a mesa que a mãe tinha preparado e deu um beijo rápido na bochecha dela em agradecimento.

   - Eu estou no paraíso! - Daniel sorriu bobo fazendo Demi gargalhar e logo eles estavam sentados à mesa fazendo uma breve oração, o que deixou Demi muito orgulhosa e emocionada.

   - Dem? Daniel? Lizzie? - Aquela voz familiar fez um sorriso de orelha a orelha surgir nos lábios de Demi, mais alguns passos e então Joe estava na cozinha. - Uau, cheguei na hora certa. - Pare de encará-lo, você é uma mulher, não uma adolescente boba e apaixonada. A consciência gritava. Mas como ela poderia deixar de olhá-lo? Ele estava tão lindo naquele terno azul marinho.

   - Papai! O empadão da mamãe está uma delícia. - Disse Elizabeth de boca cheia fazendo Demi e Joe rirem ao mesmo tempo. - Você tem que provar. - A menina agora estava corada com o beijo que tinha ganhado do pai na bochecha.

   - Prove o empadão e a lasanha juntos, fica melhor que a comida dos deuses. - Disse Daniel do outro lado da mesa depois de trocar um toque de mãos com o pai.

   - Você é definitivamente a mulher mais teimosa que eu já conheci. - Joe a olhou de um jeito tão intenso que Demi corou e deu de ombros. - A casa está tão limpa, o cheiro da comida está tão maravilhoso e os filhotes estão parecendo pérolas de tão limpos que estão. - Demi riu e se levantou automaticamente para abraçá-lo como tinha desejado fazer enquanto lia a letra da música.

   - Como foi no trabalho? - Ela perguntou desfazendo o abraço um tanto corada sobre o olhar apaixonado dele.

   - Sara me dispensou, vou trabalhar por meio período no escrito e posso fazer o resto do meu trabalho aqui em casa. - Demi riu para disfarçar o nervoso enquanto desabotoava o paletó dele. Se ficar com Joe por poucos minutos a fazia tão excitada e louca para agarrá-lo, imagina ficar sozinha com ele durante o resto da semana já que as crianças estavam estudando à tarde e pela manhã? Deus! Ainda era segunda feira! Ai não!  O que ela iria fazer?

   - É bom para você descansar. - Comentou folgando a gravata e abrindo os primeiros botões da camisa azul clara. - Sente-se, vou servi-lo. - Joe sentou-se perto dela e tinha um sorriso bobo ao vê-la preparar o seu prato. Ela estava tão linda vestida com a sua camisa, os cabelos negros presos num coque e os lábios tão rosados. Ah! Ele amava aquelas sardinhas!

   - Mais lasanha? - Perguntou Demi a Daniel, que assentiu.

   - Ei bonitão! Não poste mais foto na academia sem camisa, as meninas da minha sala ficam o tempo todo me perturbando no whatsapp. - Disse Elizabeth a Joe, e Demi arqueou as sobrancelhas. Malhar e trabalhar era o que mantinha Joe sã, pois se ele saísse do trabalho e fosse direto para casa iria enlouquecer com as lembranças de Demi, então era melhor chegar em casa exausto,  cair na cama e dormir..

   - Diga a elas que o seu pai é casado. - Depois do que havia dito que Demi foi corar com os olhares de Daniel e Elizabeth, e bem, ela preferiu não olhar para Joe.. apostava que ele estava com aquele sorriso bobo.

   - Os garotos da minha sala também vivem me perturbando por causa da mamãe, por isso que eu os arrebento. - Disse Daniel. Demi grunhiu e se sentou no seu lugar depois de entregar o prato para Joe.

   - Já disse para eles que a sua mãe é casada? - Disse Joe e Demi não ousou em tirar os olhos do seu belo pedaço de lasanha.

   - Todo mundo desse mundo sabe que vocês são casados. - Pronunciou Elizabeth. - Acho que eles fazem isso para nos pirraçar, não é possível, eu só não bato nas meninas porque elas são bem maiores que eu. - Demi franziu o cenho enquanto degustava a lasanha. Estava realmente uma delícia.

   - O melhor que nós podemos fazer é ignorar. Sempre terá alguém para tentar nos tirar do sério. - Demi arriscou um breve olhar para Joe e ficou completamente sem jeito ao ver que ele a olhava. Deus! Por que os olhos dele tinham que ser tão lindos e intensos? - Aliás, porque vocês não foram a escola hoje? - Aquela era uma boa pergunta.. Eles deveriam estar na escola na hora que ela tinha chegado.

   - Ah, o papai deixou a gente faltar para preparar a sua festa de boas vindas. - Disse Elizabeth distraidamente cortando mais um pedaço do empadão então a troca de olhares de Joe e Daniel deixou Demi desconfiada. - Opa. - Lizzie lançou um olhar de cachorrinho na direção do pai e depois pôs-se cabisbaixo para comer o empadão.

   - O que eu perdi? - Joe estava tenso assim como Daniel. Mulheres e os seus super sensores! - Elizabeth? Daniel? - Disse olhando diretamente para eles de olhos cerrados. - Joseph? - Sem apelidos. Oh sim, eles estavam encrencados.

   - Nós estávamos planejando uma festa de boas vindas, por isso que eles faltaram a escola hoje. - Houve um silêncio tenso enquanto Demi pensava, mas ela acabou com um pequeno sorriso nos lábios.

   - Está tudo bem, eu só não quero que vocês faltem aula por minha culpa. - Disse os olhando. - Querem sobremesa? - Depois da festa que Daniel e Lizzie fizeram por conta da sobremesa, o almoço finalmente tinha cessado, a louça ficou por conta de Dan e Lizzie iria secá-la e Joe guardá-la enquanto Demi levava um pedaço de lasanha para Buffy e os filhotes. - Ei garoto. - Disse adentrando a garagem onde Buffy estava deitado perto dos filhotes. Oh! Eles estavam tão encolhidos na cesta dormindo juntos. Pareciam tão comportados.. apenas pareciam. - Come tudo, a mamãe fez com carinho para você. - Demi sorriu quando Buffy a olhou e a lambeu tão feliz, o rabinho não parava de balançar de forma alguma. - Eu vou deixar a lasanha dos seus bebês aqui, não mexa, tudo bem? - Primeiro ele chorou, mas Demi sabia que Buffy era inteligente o suficiente para entender o que ela quis dizer.

   - Foi mal! - Até quando o seu coração sobreviveria? Porque ultimamente ela estava levando tanto susto. Assim que saíra da garagem, Demi chocou-se contra Joe. - Desculpa, você está bem? - Ele perguntou a segurando gentilmente.

   - Hum.. estou. - Não, ela não estava bem, ele estava a matando de tesão! Diabos! Aquele homem era maravilhoso.

   - Eu vim colocar o lixo lá fora, você quer vim comigo? - Demi assentiu e o seguiu caminhado pelo jardim. Era tão estranho e ao mesmo tempo bom estar ao lado dele. Estranho porque quando eles estavam juntos sempre conversavam sobre qualquer coisa, riam juntos e se beijavam em todas as horas que oportunidade vinham, mas agora mal sabiam o que conversar além do bebê. - Não está cansada? - Perguntou enquanto Demi abria o portão.

   - Sabe, eu fiquei tanto tempo sem fazer nada, acho que eu vou ter que fazer muita coisa para ficar cansada. - Joe limpou as mãos na flanela que tinha no ombro depois de colocar o lixo na lixeira e sorriu sugestivamente.

   - É bom saber disso. - Onde clica para virar um avestruz? Demi desviou o olhar do dele e hum.. O rosto estava pelando de tão corada que ela tinha certeza que estava. - Vem, vamos entrar. - Aquele sorriso ela conhecia muito bem.. Joe a puxou pela mão e eles caminharam preguiçosamente pelo jardim até a cozinha.

   - A louça está limpa! - Disse Daniel secando as mãos no avental que usava.

   - Pai, eu ainda posso sair com o Eric hoje a noite? - Perguntou Elizabeth fechando o armário.

   - Por mim tudo bem, contando que você esteja em casa antes das onze da noite. - Demi arregalou os olhos ao olhar para Joe. O que ela tinha perdido? Era aquilo mesmo? Joe estava deixando Lizzie sair com Eric sem fazer um escândalo de ciúme? - Tudo bem Dem? - Perguntou estranhando aquele olhar assustado dela.

   - Claro, por mim tudo bem. - Disse. Ela jamais proibiria Lizzie de sair com Eric. Seria tão injusto da sua parte se ela o fizesse, Dianna tinha sido uma mãe tão liberal e compreensiva, sempre a apoiava e até a acobertava para sair com Joe sem que Eddie soubesse.

   - Eu também vou sair com a Jenny, posso? - Perguntou Daniel com receio e Demi assentiu mostrando um pequeno sorriso para o garoto.

   - Tudo bem, vocês preferem passar a noite fora namorando do que ficar aqui com a mamãe que acabou de chegar em casa e está completamente carente do amor dos bebês dela. - Dan fez careta e Lizzie riu do drama.

   - Você sabe que nós te amamos muito, mas. - Demi arqueou as sobrancelhas ao olhar para Daniel esperando que ele continuasse. - ah, não sei. - Disse o garoto sem graça por conta do olhar da mãe.

   - Está tudo bem. - Não estava.. Eles sairiam à noite e ela ficaria sozinha com ele.. Que Deus lhe desse forças para que não o atacasse. - Depois eu quero conversar com a Jenny. - Daniel assentiu feliz por saber que a mãe estava disposta a aceitar o seu namoro e quem sabe se aproximar de Jenny.

   - O Eric vai passar aqui as seis e meia, e já são quatro e meia! Você pode me ajudar com a roupa e o cabelo? - Joe fez careta quando Demi assentiu. Pensara que eles poderiam finalmente ficar juntos como ele sabia que ela também queria..

   - Claro, eu só preciso de um banho. - Talvez ele poderia tomar banho junto com ela.. Não, seria estranho.. Mas a vontade de invadir o banheiro quando era mais tarde e ele estava deitado de barriga para cima na cama fitando a porta do banheiro apenas encostada estava o matando.. Será que era um convite? Por que diabos aquela porta não estava fechada?

 A indecisão estava o matando e alguém estava ganhando vida. Joe não sabia se quando o seu corpo respondia a suas fantasias era bom ou ruim, na verdade era muito frustante, ele queria estar tanto com ela, abraçá-la e dizer que a amava enquanto eles faziam amor juntos, mas nunca acontecia.. O que o deixava muito desanimado, por isso que era melhor malhar e trabalhar! Não, malhar e trabalhar não era melhor que ficar com Demi, nada podia ser comparado a estar com ela. A sensação o confortava tanto, ele se sentia tão amado e acolhido nos braços dela. Pensar daquela forma o fez sorrir. Ele a amava muito! E não importava se estavam ou não sem fazer amor há tempos, aquilo só mostrava que ele só queria ela assim como ela só queria ele. Não era uma necessidade banal como era para algumas pessoas, principalmente alguns homens, que se estivessem na situação dele sairiam com qualquer mulher apenas para matar a vontade. Joe decidiu não pensar naquilo, pois não acrescentaria em nada, quando fosse para acontecer, iria acontecer. O nosso tempo não é o mesmo tempo de Deus. Lembrou-se das palavras do pastor. No dia passado ele tinha ido a igreja agradecer de todo o seu coração por sua vida e por sua família. Sua família que aumentaria daqui alguns meses. Pensar no bebê o fez sorrir como um bobo e em questão de segundos Joe já estava no closet abrindo uma de suas gavetas que tinha esvaziado para guardar as coisas do seu bebezinho. Aquele macacão era tão lindo e Joe tinha certeza que ficaria perfeito no bebê. 

   - Você está ai. - A voz de Demi o distraiu dos seus pensamentos e quando Joe a olhou, o calor o invadiu brutalmente.

   - Eu comprei um presente para o nosso pequeno. - Demi se aproximou dele e sorriu emocionada ao ver como o macacão que Joe tinha comprado era lindo. - Tem a luvinha e o sapatinho. - O sapatinho parecia minúsculo sobre a mão de Joe, Demi o tocou sem deixar de sorrir se sentindo tão feliz ao lado daquele homem.

   - Acho que não existe um pai mais babão e coruja que você. - Os olhares se encontraram e Demi não ousou em desviar os olhos dos dele. Não tinha como fugir, aliás, ela não queria fugir dele. Queria o abraçar e o beijar com todo o amor que nutria por ele. - Você é o melhor pai que os nossos filhos poderiam ter. - O sorriso dele era tão lindo, Demi guardou o macacão junto da luvinha e o sapatinho na gaveta sem deixar de olhá-lo por um minuto sequer. - O melhor marido que uma mulher poderia ter, eu me sinto como a mulher mais sortuda de todo o mundo. - A cada respiração o espaço entre eles diminuía e a sensação de estar imprensada entre Joe e o guarda roupa só foi confirmada quando a madeira fria tocou as suas pernas. Finalmente! As mãos subiram diretamente para os botões da camisa os desabotoando de suas casas ferozmente enquanto as mãos dele permaneciam inertes. A boca dela correu pelo pescoço dele o selando por completo, Demi o mordeu e o chupou ousadamente afastando as pernas dele para dar lugar a sua coxa para empurrar contra ele o excitando. O que aqueles hormônios estavam fazendo com ela? O gemido foi inevitável quando Joe devolveu o movimento e ela o sentiu duro. A necessidade de roçar o corpo ao dele a preencheu e Demi envolveu o pescoço de Joe com os braços o trazendo mais para si pronta para beijá-lo, mas foi ai que a voz de Lizzie a chamou.

   - Mãe? - Demi deu um beijo na bochecha de Joe e o deixou para vestir uma camisa e shorts antes de deixar o quarto. Até quando aquele joguinho iria durar? Não tinha vinte e quatro horas que ela estava em casa e ele já estava ficando louco! Pior foi tomar banho gelado, Joe gemeu tanto de frio, chegara a bater os dentes. Depois Demi o ignorou, sim, ela tinha o feito quando as crianças saíram de casa e ela resolveu cochilar o deixando sozinho com o videogame. Talvez Demi estivesse certa.. Não seria bom começar algo que eles não poderiam terminar. O tempo era pouco, não demoraria muito e as crianças estariam em casa.. Ao menos ele jogaria videogame sem ter que ser o player two. Mario Bros.. God of War.. RS4.. E Need for Speed fora o único jogo que o deixou animado, pois os outros Joe já tinha cansado de jogar.

   - O que você está fazendo? - Então agora ela resolvera aparecer? Joe desviou os olhos da tela da televisão para encontrar uma Demetria amarrotada e muito sonolenta. Por que ele queria abraçá-la? Diabos!

   - Estou jogando Need for Speed esperando dar onze horas. - Disse voltando a atenção para o jogo. Não a deixe dominá-lo! Por culpa dela você está na última posição. Joe revirou os olhos para o pensamento masculino e voltou a atenção para o jogo para tentar recuperar a sua posição.

   - Porque você não o imprensa contra a parede para fazê-lo perder o controle e aproveita para ultrapassar usando nitro? - Desde quando Demi sabia jogar videogame? Que ele sabia, ela simplesmente odiava todos os videogames do mundo. Ao menos era o que ela dizia.

   - Porque isso é trapaça. - Disse como se fosse óbvio e, droga, ele tinha perdido a posição que recuperara.

   - Para mim isso se chama tática. - Não a escute.. - Cara, acelera esse carro, você é pior que a minha vó jogando videogame. - O botão "start" foi pressionado e o jogo estava pausado.

   - Desde quando você sabe jogar videogame nanica? - Disse a olhando nos olhos.

   - Desde sempre. - Disse Demi arqueando as sobrancelhas.

   - Você estava assaltando a cozinha? - Perguntou ao perceber que o queixo dela estava sujo assim como a camisa na região dos seios tinha uma pequena mancha rosa.

   - Eu estava comendo pavê de morango e pão de queijo, estão uma delícia. - Joe franziu o cenho e correu para buscar o pavê na geladeira. Ele simplesmente adorava pavê e pão de queijo.

   - O que você está fazendo? - Perguntou desesperado com a boca cheia de pão de queijo e as mãos ocupadas com o copo transbordando de pavê e a outra mão com pão de queijo.

   - Ganhando? - Demi arqueou as sobrancelhas quando Joe olhou para a tevê e viu que o carro dele estava em primeiro lugar.

   - Como? Droga, você está roubando. - Disse se sentando ao lado dela e Demi nem se deu o trabalho de olhá-lo, ela tinha acabado de passar em primeiro lugar.

   - Mariquinha! - Joe a olhou de olhos cerrados e apontou para a barriga dela. Ela estava grávida de um filho dele e o chamava de gay! - Mariquinha, Mariquinha. - Demi fingiu tossir apenas para pirraçá-lo.

   - Eu vou te mostrar quem é o Mariquinha. - Como assim ela tinha acabado de chegar e o entregara o controle do player two? Joe a olhou indignado, porém Demi resolveu o ignorar e gargalhava enquanto fitava o ranking e a posição geral que ele estava.

   - Até o computer está na sua frente! - Demi tombou a cabeça para trás gargalhando gostosamente.

   - Eu não roubo de ninguém. - Disse irritado com as gargalhadas dela. - Dá play que eu vou te mostrar como é que se joga. - Demi levou a mão à boca fingindo bochechar e escolheu a pista que tinha mais curva e personalizou o carro o equipando desde o motor a estética deixando Joe impressionado.

   - Opa! - Por Deus! Mal a largada fora dada e ela já tinha batido nos fundos do carro de Joe o fazendo mudar para a direção oposta. - Come fumaça babaca! - O pior era que ela realmente sabia jogar, ultrapassava os carros do jogo praticamente colada a eles para conseguir nitro em manobras arriscadas, as curvas eram feitas perfeitamente como se fossem calculadas.

   - Demi! - Gritou Joe quando o carro dele se aproximou do dela e ela o empurrou para o canto esquerdo da pista fazendo o carro colidir contra um caminhão.

   - Mariquinha. - Soletrou para pirraçá-lo e segundos depois ela atravessava a linha de chegada. - Aprende a jogar e depois a gente conversa. - Como assim ela tinha ganhado a corrida? Joe gemeu frustrado e provou um pouco do pavê, ela não ganharia de novo.

   - Outra pista, dessa vez eu vou ganhar. - Demi arqueou as sobrancelhas, mas escolheu uma pista sem pestanejar.

   - Eu vou ganhar, eu vou ganhar! - Antes mesmo que Joe pudesse cruzar a linha de chegada, Demi liberou o nitro do carro e bateu na traseira do de Joe fazendo o carro dele mudar de direção e traçou a linha de chegada primeiro que ele. - Você é uma trapaceira. - Disse a olhando feio e Demi imitou uma galinha.

   - Mariquinha, Mariquinha, Mariquinha. - Cantarolou imitando o canto de uma galinha. -Você não vai ganhar Jonas, se conforma e chora. - Disse ao ver que ele selecionava outra pista.

   - Vamos trocar de controle. - A troca foi feita e bem, não foi dessa vez e nem da outra, Demi estava começando a ficar com dó do quão desesperado ele estava, iria deixá-lo ganhar, mas ela não freou a tempo suficiente e já tinha ganhado. - Droga. - O sussurro dele foi tão frustrado que Demi pensou em algo que podia animá-lo. A dança da vitória! Ela subiu no sofá e balançou o bumbum para a esquerda e depois para a direita enquanto cantarolava e mexia a cabeça no mesmo ritmo que o bumbum.

   - Eu ganhei, eu ganhei. - Cantava animadamente. - Eu ganhei, eu ganhei do ma.. - Antes mesmo que Demi pudesse completar a frase, os pés se atrapalharam e ela caiu direto para os braços dele.

   - Você está bem? - Joe perguntou um pouco preocupado. A resposta foi inesperada, os lábios dela roçaram os dele com tanta ternura e amor. Mas logo Demi se afastou envergonhada. - Demi.. - A voz dele estava tão rouca e baixa. Sem desviar os olhos dos dela, Joe a puxou para ele e a beijou como queria sendo correspondido. Cada toque fazia a sua pele aquecer de maneira insana, eram tão suaves e naturais. Joe a deitou no sofá e se deitou sobre ela buscando encaixar os lábios com urgência. Era simplesmente a melhor sensação de todo o mundo, a língua dele brincava com a dela, as mãos dele a apertava experientemente assim como as delas deslizavam por suas costas e eram enterradas nos seu cabelos enquanto eles fingiam fazer amor friccionando os íntimos. - Senti saudades. - Sussurrou na breve pausa que eles fizeram para poder recuperar o fôlego.

   - Eu também senti saudades. - Demi mordeu o lábio inferior dele o empurrando de cima dela para que ela pudesse estar no comando. Tê-lo por de baixo dela era tão excitante, ele a olhava intensamente com as pupilas dilatadas esperando pelo próximo passo. Até que Demi levou as mãos à barra da camisa e a puxou para cima lentamente e logo a jogou em algum lugar daquela sala.

Ela iria matá-lo, simplesmente matá-lo do coração! Demi tinha as unhas cravadas nos ombros largos dele, a boca a poucos centímetros de roçar a dele e ela se movimentava. Oh meu Deus! Simplesmente ela se movimentava estimulando cada vez mais o membro dele. Entre um gemido e outro ele a abraçou a fazendo ficar com o corpo colado ao dele e a beijou na boca lentamente.

   - Você não faz ideia de como está linda. - Sussurrou levando as mãos para o rosto dela. Demi mostrou aquele sorriso que pertencia apenas a ele e Joe sorriu de volta invertendo as posições agora ficando sobre ela. - Tão linda e tão minha. - Demi o puxou para um beijo e guiou a mão dele para o seu seio nu sentindo a necessidade de sentir o toque dele ali. Logo ela estava gemendo desesperadamente enquanto os lábios dele brincavam com os mamilos dela. Era tão bom, Demi deixava a cabeça tombar e os gemidos escapulirem a cada vez que ele mordiscava e chupava com força pressionando a pélvis contra a dela.

   - Joseph! - Demi foi ao céu e voltou quando Joe lambuzou os seus mamilos com pavê gelado e os chupou intensamente a fazendo tremer. E ele não parou com a brincadeira, segurou um seio para beijá-lo rapidamente e depois de beijar o outro, a boca dele estava sobre a dela a devorando e a mão antes livre dentro dos seus shorts e a calcinha a sondando com as pontas dos dedos geladas. - Amor. - Chamou com um gemido sentindo as pernas perderem a força e as mãos começarem a tremer.

   - Humm.. - Joe a beijou atrás da orelha e lá mesmo repousou o corpo deixando todo o seu peso cair sobre o corpo mole de Demi, ele sabia que ela adorava quando ele fazia aquilo depois que a levava ao paraíso. - Tudo bem princesa? - Perguntou jogando todo o peso do corpo para o braço direito para poder olhá-la. Tudo bem, ele estava morrendo para estar dentro dela, mas sabia que poderia esperar um minuto ou uma hora a mais, ela estava tão linda! Os olhos fechados como se ela saboreasse o toque dele, os cabelos levemente bagunçados e os seios pouco avermelhados subiam e desciam graciosamente. Joe deslizou o polegar dos lábios dela ao queixo e um sorriso formou-se no rosto de Demi. O sorriso mais lindo que ele já tinha visto.

  - Tudo bem amor. - A troca de sorrisos os deixou corados. Era tão bom estar daquele jeito com ele. Os olhares apaixonados e os sorrisos bobos. Demi tomou coragem ainda corada e selou a bochecha dele com um beijo demorado, e Joe fez o mesmo.

   - Gosto do seu cabelo bagunçado. - Demi envolveu o pescoço dele com os braços quando ele se aproximou deitando lentamente sobre o corpo dela.

   - Gosto da sua barba. - Os dedos dela roçaram carinhosamente os pelinhos que a penicava quando ele a beijava.

   - Você é tão linda. - Só deu tempo de Demi sussurrar que ele também era lindo e logo os lábios já estavam pressionados num beijo que começara calmo e ganhara força e paixão com o tempo e os carinhos que um fazia no outro.

Os beijos só foram cessados para que Demi puxasse a camisa de Joe para cima e enquanto ele terminava de tirar a camisa, ela puxava a bermuda dele para baixo, então os lábios se uniram novamente num beijo que despertara tanta paixão e desejo. Se tocavam como se precisassem daquilo mais que o próprio ar, era tanta saudade em meio a paixão ardente. Joe ergueu-se a fazendo gemer reprovando a pouca distância dos corpos para terminar de despir a bermuda. O volume a deixou boquiaberta.. Ela sabia que ele estava excitado.. Mas não sabia que Joe estava excitado a aquele ponto. Demi fechou os olhos e o apertou o desejamento o mais rápido possível, logo ele estava envolvido na pequena mão feminina que mal conseguia se fechar na ereção quente, macia e dura a movimentando lentamente finalmente dando prazer ao homem que ela tanto amava.

  - Acho que eu vou pedi a mamãe para esquentar a lasanha. - A voz familiar fez com que os corações apaixonados acelerassem de medo de os seus donos serem pegos. Joe acabara se atrapalhando, e como sempre, caiu no chão, porém se levantou o mais rápido possível para se vestir assim como Demi, que estava vermelha de vergonha.

   - Foi tão divertido, acho que eu vou assistir de novo, e você? - Desse vez fora a voz de Elizabeth que se aproximava. E Demi tremeu de nervoso ao sentir a mão de Joe sobre o seu seio, mas ele estava apenas arrumando o sutiã que estava fora do lugar.

   - Foi legal, acho que vou assistir daqui a alguns meses. Mãe? Pai? - Demi sentou-se no sofá ignorando Joe, que também estava sentado com uma almofada no colo mexendo no iPhone.. Ora, ela estava tentando não ficar tão tensa, mas foi impossível não engolir seco quando Daniel e Lizzie surgiram na sala.

   - Ainda são dez e meia. - Disse Joe forçando um sorriso ao vê-los.

   - Está muito tarde, e o Eric mora muito longe da nossa casa, então ele resolveu nos trazer mais cedo. - Disse Elizabeth fazendo cara feia. Ela estava tão linda. Tinha passado algumas horas com a mãe a procura de uma roupa e Joe teve que confessar que estava com ciúmes da filha. Os cabelos de Lizzie estavam soltos e tão lisos quando o natural, a maquiagem era leve e a roupa.. Hum.. Ela estava de vestido e sapatos de salto não tão altos.. Graças a Deus Daniel estava junto, caso contrário Joe ficaria cismado em deixá-la a sós com Eric no cinema.. Ele gostava do garoto, mas Lizzie ainda era a sua filha.

   - Sem contar que é perigoso ficar circulando pelas ruas de Los Angeles nesse horário, nos noticiários só dá tragédia. - Murmurou Demi. - Vocês querem comer alguma coisa? - Perguntou os olhando.

   - Daniel quer lasanha. - Disse Lizzie. - Ele não parou de falar da sua lasanha por um segundo sequer, a Jenny até o mandou calar a boca. - Daniel mal prestara a atenção no que a irmã dizia, o olhar estava fixo na tela da televisão e um sorriso zombador surgia em seus lábios.

   - JAJ em último lugar de novo? - Disse rindo ao ver as iniciais do pai no último lugar do ranking. - Quem foi que te bateu dessa vez? - Joe revirou os olhos e preferiu não responder.

   - Eu devo ter ganhado umas cinco vezes. - Daniel arregalou os olhos e depois gargalhou gostosamente. Como assim a sua mãe sabia jogar videogame?

   - Você ganhou do papai? - Dan perguntou rindo e Demi assentiu fazendo o garoto rir ainda mais. - Joe Jonas, você não nasceu para jogar videogame. - Joe bufou emburrado. Ele não queria saber de videogame mesmo, queria estar apenas acolhido no interior da sua Demi. 

   - Começa a zoar que você vai ficar de castigo e sem mesada. - Dessa vez foi Elizabeth quem riu do quão sem graça o irmão ficou.

   - Vamos, eu vou esquentar a lasanha e depois nós vamos dormir. - Por mais que Demi estivesse louca para fazer amor com Joe, infelizmente o cansaço da faxina a dominou agora. E Demi suspeitava que o recente orgasmo a deixara sonolenta.. Ela sempre ficava depois que o tinha.

   - Papai, você não vem? - Perguntou Elizabeth ao ver que a mãe e o irmão já caminhavam para a cozinha abraçados de lado e Joe mal se mexia.

   - O papai vai depois meu amor. - Disse forçando um sorriso para a menina. Não seria nada interessante caminhar até a cozinha completamente duro.

   - Você está chateado com o que o Daniel disse? - Perguntou Lizzie se sentando ao lado dele, e por mais que Joe fosse completamente apaixonado pela menina, ele queria que ela o deixasse sozinho..

   - Claro que não, a sua mãe roubou na maior cara de pau. - Disse revirando os olhos e logo a ideia de pensar em velhinhas de biquíni o agradou.. Ao menos a coisa lá em baixo estava voltando ao normal.

   - Você não está com fome? - Perguntou a menina na tentativa de levá-lo para a cozinha.

   - Não se preocupe comigo anjo, eu já estou indo, só preciso checar alguns emails. - Relutante Lizzie assentiu beijando a bochecha dele carinhosamente. Pensar em coisas que o deixava desanimado estava anemizando a situação.. Mas Joe tinha tanta vergonha de alguém vê-lo naquele estado além de Demi, era tão constrangedor.. Foi inevitável não lembrar daquela vez que ele ainda namorava com Demi e tinha passado a noite na casa dela as escondidas e quando era de manhã, eles estavam namorando no quarto e Dianna os flagrou.. Por Deus! Ele estava tão excitado, o membro quase rasgara a cueca box.. E Dianna tinha visto, Joe ainda sentia vergonha da sogra por ela ter o flagrado com Demi naquele estado..

   - Pai, vem comer! - Chamou Daniel da cozinha e Joe sentiu-se aliviado ao ver que o membro não estava tão duro como antes.. Bem, ele ainda continuava excitado, aliás, naqueles últimos meses o que ele tinha mais ficado era excitado.. Mas dava para disfarçar.. Joe arrumava os cabelos os penteando para o lado enquanto caminhava preguiçosamente para a cozinha. - Senta ai bonitão, a lasanha está uma delícia. - Joe revirou os olhos para Daniel, mas sentou-se e descontou toda a sua frustração sexual na comida.

   - Quem vai nos levar na escola amanhã? - Perguntou Elizabeth bocejando.

   - O seu pai pode levá-los, eu ainda não posso dirigir. - Disse Demi levando a pouca louça suja para a pia. - Dan, troque a água dos seus cachorros e coloque um pouco de lasanha junto a ração. - Disse e o garoto assentiu. Daniel e Elizabeth pareciam prestes a dormir em pé, eles deveriam estar tão cansados.

   - Você se importa se eu for dormir? Estou com sono. - Disse Lizzie se aproximando da mãe.

   - Claro que não. Só remova essa maquiagem, tome um banho morno , vista o seu pijama quentinho e durma, amanhã você tem aula cedo meu anjo. - Demi a abraçou carinhosamente e a beijou no rosto, Lizzie quase dormiu aconchegada a ela. - Leva ela para o quarto? - Pediu a Joe, que assentiu prontamente pegando Lizzie estilo noiva. - Não se esqueça de escovar os dentes! - Gritou quando Joe já levara a menina. Só assim ela poderia lavar a louça em paz.

   - Eles precisam de uma casinha mãe. - Disse Daniel adentrando a cozinha. - A cesta está ficando pequena para tanto filhote. - Demi assentiu balançando a cabeça. Eles estavam crescendo tão rápido. - Nós vamos ficar com eles? - O olhar do garoto foi tão esperançoso, Demi comprimiu a boca numa linha e depois de minutos de aflição para Daniel, ela assentiu.

   - Eu só não sei o que fazer, o nosso bebê vai nascer daqui seis meses e eu e ele vamos precisar de sossego por alguns meses, não será fácil. - Quando ela finalmente tivesse o bebê, a paz e a tranquilidade do ambiente os ajudariam bastante. Principalmente a ela que se recuperaria de um processo muito cansativo e doloroso que era o parto, e o bebê, que precisaria se adaptar a um novo ambiente fora da barriga da mãe onde ele ficava bem protegido.

   - Eu posso ensiná-los. - Por aquele sorriso Demi faria qualquer coisa, era tão gratificante quando ela via aquele sorriso de orelha a orelha dos seus filhos.

   - Espero que você realmente possa ensiná-los. - Demi secou as mãos no pano de prato e depois de conferir se todas as portas estavam trancadas, as luzes foram apagadas e ela subiu a escada ao lado de Daniel. - Tome um banho e vai dormir, nada de ficar no celular namorando e não se esqueça de escovar os dentes. - Dan assentiu rindo e a abraçou calorosamente, beijou a barriga da mãe desejando boa noite para o bebê e adentrou o quarto encostando a porta depois de receber um beijo na testa. Claro que Demi não deixou de passar no quarto de Elizabeth para conferir se ela estava bem. Oh, sua menina dormia como um anjo. Demi a cobriu e a beijou na bochecha. Estava na hora de enfrentá-lo.. Mas onde estava a sua coragem? Ela tinha simplesmente evaporado!

Diminuir os passos não adiantaria.. Aquele corredor não era tão longo e Demi confessava que estava com medo de ficar ali sozinha.. Ela só tinha uma alternativa.. Entrar. E assim que fez, Demi o encontrou na cama, sem camisa e com os óculos de leitura até então concentrado no livro.

   - Eu comprei alguns óleos corporais para você. - Demi apenas assentiu e caminhou para o banheiro para escovar os dentes. Os óleos vegetais ajudariam a hidratar e nutrir a pele a protegendo das possíveis estriais que poderiam surgir no corpo conforme a gestação avançasse. - Sente-se. - Pediu Joe e ela assentiu se sentando a cama.

   - O que você está lendo? - Perguntou curiosa espiando o livro que Joe lia enquanto as mãos deles deslizavam sobre a sua barriga espalhando o óleo em movimentos circulares.

   - A bíblia. - Demi surpreendeu-se. Ela não sabia que ele tinha uma bíblia, não que ela pudesse lembrar.. Será qual livro da bíblia ele estava lendo? Pensou curiosa. Particularmente ela adorava os Salmos e o livro de Gênesis. - Nós temos que marcar a consulta com o obstetra. - Disse abaixando a camisa que ela vestia. - Boa noite filhote. - Demi sorriu ao sentir o carinho da mão dele em sua barriga e um breve beijinho.

   - Nós vamos marcar. - Quando ele pôs-se de joelhos no chão e uniu as mãos, Demi resolveu fazer o mesmo. Estava de joelhos ao lado dele e agradecia a Deus pelo dia, pela sua família e pela sua saúde. Ela até pediu respostas para a sua relação com Joe.

   - Nós cuidamos disso amanhã. - Demi assentiu e se levantou para se deitar em seu lugar. - Boa noite Demetria. - Com um pequeno sorriso, Demi desejou boa noite para ele e se acomodou no seu cantinho adorando estar nele. Era tão bom poder descansar na sua cama depois de um dia incrível, e o melhor, com o homem que ela amava deitado ao seu lado. Orar mais uma vez foi inevitável, Demi fechou os olhos e agradeceu mais uma vez, ela se sentia tão feliz e completa naquela casa. E tudo melhorou quando o braço forte dele a cercou e ela sentiu o corpo quente dele envolver o seu.

   - Boa noite Joseph. - Demi olhou sobre o ombro e mesmo estando escuro, ela conseguiu encontrar os lábios dele com a ajuda da pouca luz da lua que adentrava o quarto pelas brechinhas das persianas para roçá-los castamente. Finalmente ela poderia dormir acolhida e protegida nos braços dele. 

Continua.. Oi! Por isso que eu tive que dividir o capítulo, e ainda não escrevi algumas cenas.. Ficou muito grande, teve pegação Jemi e tudo de um pouco! Espero que vocês realmente gostem desse capítulo. Obrigada pelos comentários e comentem mais! 

Que tal dá uma passadinha lá na fanfic da Yas? Vocês não vão se arrepender, eu já li Broken Promise e ela é definitivamente perfeita!  Agora a Yas está escrevendo Deception, não deixem de ler!

Desejo a todos(as) vocês um feliz dia dos Lovatics! Que hoje -no caso ontem- nós possamos agradecer a Deus por ele ter salvado a nossa menina daquele mundo sombrio. Nunca se esqueçam de permanecer forte, não importa o que aconteça, nós sempre temos que ser fortes!




24.1.15

Capítulo 48 - Parte 1/2

Ah, bela Califórnia! A temperatura subira naquele dia e como sempre, Joe sofria. A roupa social era tão quente.. Quente.. Ultimamente ele sentia muito calor e estava a um passo de morrer de tesão. Deveria ser o seu tempo recorde sem ter Demi. Três meses! Não tinha nada que dava jeito, a chuveirada fria o deixava resfriado e se tocar não tinha graça alguma. Ele a queria, apenas ela. Só de pensar nas pequenas mãos femininas sobre o seu peito há uma semana, Joe deu um leve tapa naquela região se repreendendo, ele não poderia ficar excitado na gravadora no meio de tanto marmanjo.

   - Você pode me cobrir? - Perguntou entediado para Nick. Eles trabalhavam na edição de algumas músicas, mas Joe estava tão afoito para ir para casa e arrumá-la para amanhã, que ele mal prestava atenção no que eles faziam.

   - Kevin, você pode cobrir o Joe? - Perguntou ao irmão que repassava os arranjos que tinha feito com os outros rapazes.

   - Claro. - Joe revirou os olhos quando tudo ficou escuro por conta da blusa de frio que Kevin jogou sobre a sua cabeça. - Está coberto bro? - Joe livrou-se do blusão o jogando para o lado irritado com as risadas dos garotos, ele queria ir para casa!

   - Eu vou para casa. - No relógio ainda marcavam onze e meia da manhã, era o tempo suficiente para ele se trocar e partir para o escritório. - Vejo vocês amanhã na festa da Dem. - Disse pegando o casaco e as chaves do carro logo saindo da sala. Daniel e Elizabeth insistiram em organizar uma festa de boas vindas para a mãe, Joe tinha gostado da ideia, achava que Demi gostaria de ser recebida com todo o carinho que eles tinham por ela. O ruim era que ele não poderia ajudar na organização, pois trabalharia a tarde e o começo da noite. - Tchau Mark. - Despediu-se do porteiro e adentrou o carro a poucos metros dali.

O trânsito estava tranquilo, nada de carros buzinando e motoristas estressados gritando palavras desagradáveis. Para ficar melhor, Joe abaixou o vidro da janela do carro para sentir a leve brisa tocá-lo no rosto durante o seu trajeto. As pessoas pareciam ansiosas nas filas do carrinho de sorvete que tocava aquela musiquinha irritante, algumas crianças brincavam na calçada perto dos seus responsáveis e tinham jovens mães com os seus bebês no colo. Joe diminuiu a velocidade do carro para tentar espiar os bebezinhos, ele definitivamente adorava bebês e estava louco para segurar o seu nos braços. Infelizmente ele teve que voltar a atenção para o trânsito ou acabaria fazendo uma loucura. Aquele era o dia dos bebês ou o que? Joe seguiu com os olhos as mães caminharem pela calçada com os bebês e finalmente avistou uma loja enorme que certamente vendia coisas para bebês. Será que seria cedo demais para comprar um mimo para o seu pequeno? Joe pensou na possibilidade e não achou que faria mal a ninguém se ele fosse a loja por alguns minutinhos dá uma olhada nas roupinhas e todos aqueles itens de bebês até porque Demi estaria em casa no dia seguinte e eles marcariam a consulta para saber se era um menino ou uma menina alguns dias depois. Depois de estacionar o carro, ele adentrou a loja tranquilamente olhando para todos os lados encantado com aquele tanto de roupinha. A cor de rosa o fez lembrar-se da pequena Elizabeth, Demi a vestia com vestidinhos cheios de babadinhos e tiaras com lacinhos. Lizzie parecia uma boneca. E as roupinhas verdes o fez se lembrar de Dan, ele era tão fofo e risonho quando bebê, conquistava a todos quando Demi o vestia como um homenzinho.

   - Com licença, posso ajudá-lo? - As lembranças dos seus pequenos quando bebês foram perdidas quando a moça uniformizada o abordou educadamente.

   - Eu só estou olhando. - Disse oferecendo um pequeno sorriso a moça que o deixou em questão de segundos assentindo.

Joe queria comprar todas aquelas roupinhas para o seu filho, não importava se era cor-de-rosa ou azul, ele simplesmente queria levar algo para o seu bebê, então decidiu que compraria uma roupinha de cor neutra, talvez amarela ou branca. Os bebês eram tão fofos e se fosse por ele, Demi já teria engravidado do décimo filho.

   - Mamãe, mamãe, leva esse! - A voz fina do garotinho lhe chamou a atenção, o pequenino parecia ser tão esperto e ajudava a mãe a escolher uma roupinha, aliás, ele colocava tudo no carrinho e os pais riam do entusiasmo do pequeno. Joe se lembrou de quando Demi estava grávida de Elizabeth e a cada dia que se passava Daniel ficava mais eufórico para a chegada da irmã, ele sempre dava um beijinho da barriga da mãe antes de ser derrotado pelo cansaço e cair em sono.

   - Com licença. - Disse educadamente se aproximando do balcão da loja onde milhares de mulheres e os seus parceiros tiravam as suas dúvidas com as funcionárias sobre os produtos da loja. - Bom dia, a senhora sabe se essa roupinha serviria para um bebê recém-nascido? - Perguntou mostrando a senhora o macacão branco com detalhes dourados que tinha selecionado.

   - O bebê é muito pequeno ou mais avantajado? - Perguntou a senhora examinando a roupinha com os olhos.

   - Hum.. Ele ainda está na barriga da minha esposa. - Disse coçando a nuca. Será que aquela roupinha caberia no seu bebê. Joe já podia imaginá-lo ali, tão pequenino, os cabelos ralos e os olhos marrons como os da mãe.

   - Há quanto tempo a sua esposa está grávida? - Perguntou a senhora esboçando um pequeno sorriso. Geralmente muitos homens corriam daquela loja, eles sempre deixavam aquele trabalho para as mulheres grávidas e cansadas e quando as companhavam, certamente estavam emburrados.

   - Ela está de três meses. - Joe sorriu ao se lembrar da visita que tinha feito a clínica na semana passada. Ele ficara tão emocionado ao ver a barriga de Demi ganhar forma.

   - O senhor não quer esperar mais um pouco para saber se é um menino ou uma menina? - Joe balançou a cabeça negativamente. Ele tinha gostado tanto daquela roupinha.

   - Eu vou levar. - Disse esboçando um sorriso. Joe aproveitou para comprar sapatinhos também brancos e não resistiu ao ver as luvinhas. O seu bebê já tinha a primeira roupinha, junto dos sapatos e as luvinhas. Se Demi concordasse, aquela seria a primeira roupinha que o bebê vestiria. Joe sorriu bobo ao pensar que ela estaria de volta no dia seguinte enquanto adentrava o carro.

...


  - Impresso! - Gritou a menina de um lado.

   - Tinta! - Gritou o garoto do outro lado. - É óbvio que ela vai gostar mais da tinta! - Tornou a gritar Daniel. A casa estava uma completa bagunça. As almofadas das poltronas estavam fora do lugar, na sala onde tinha a escada central que levava ao segundo andar, vários papeis com letras impressas e outras à tinta dominavam o chão do local.

   - Elizabeth! - A voz masculina gritou do quarto e Daniel sorriu como quem ganha uma guerra. Não tinha muito tempo que o pai chegara apressado, pois estava atrasado para o trabalho.

   - É melhor você ficar quieto garoto. - Ameaçou a menina com o taco de beisebol de Joe. - Se não eu vou quebrar os seus dentes seu babaca. - Gritou ao ver aquele sorriso irritante do irmão.

   - Elizabeth! - Joe tornou a gritar, mas dessa vez ele descia a escada com um monte de paletós embolados que lhe bloqueava a visão. Deus! Ele quase caiu no primeiro degrau de subida que também era o último de descida. - Elizab.. - Antes que Joe pudesse completar o nome da filha furiosamente, uma folha traiçoeira carregada de tinta foi onde ele pisou e tudo virou bagunça. Santo Deus! Voou paletó com manchas brancas e cor-de-rosa pelos quatro ventos! Lizzie insistira para lavar os paletós dele, Joe os levaria para tinturaria onde eles lavariam e passariam, mas a menina tinha feito uma carinha tão fofa insistindo para cuidar das roupas dele, que ele acabou entregando os pontos. 

   - Viu só o que o seu armengo fez? - Lizzie cerrou os olhos ao olhar para o irmão e correu para ajudar o pai a se levantar. Eles brigavam porque estavam tentando organizar um painel para dar as boas vindas a mãe. Daniel insistia que se eles mesmos fizessem o painel com tinta Demi ficaria impressionada, e Elizabeth sabia que não tinha apenas o painel a ser feito e insistia que se imprimissem ou comprassem o painel pronto ficaria mais organizado e economizaria tempo.

   - Os meus paletós Elizabeth! - Disse Joe tentado se levantar. - O que você fez com os meus paletós? - Havia dez paletós manchados, os dez paletós preferidos de Joe.

   - Ela estava na lavanderia se agarrando com o Eric, eu a peguei no flagra e ela deixou o vidro de água sanitária cair dentro da maquina de lavar. - Lizzie lançou um olhar assassino para o irmão e alcançou o taco de beisebol. 

   - Babaca! Eu mandei você ficar quieto. - Daniel mostrou língua, mas logo arregalou os olhos ao ver a irmã posicionar-se para acertá-lo em cheio.

   - Daniel e Elizabeth! - Ai meu Deus! Aquela voz era familiar.. Um tanto doce e brava demais.. Dan conhecia aquele tom.. era o mesmo quando a mãe dizia que ele estava de castigo e que ficaria sem mesada. - Quarto agora! - Joe arregalou os olhos enquanto se levantava.

  - Mas.. - Elizabeth tentou protestar, mas o olhar feio da mãe dizia que era melhor ela ficar quieta.

   - Quarto agora, os dois. - Demi tinha uma mão na cintura e outra apontava para a escada. Que furação tinha passado naquela casa? Tudo estava terrivelmente bagunçado e desajeitado, e aquele tanto de folha no chão? Era o que dava quando as crianças ficavam no comando de Joe. Ele nunca os reclamava e tudo era sim. Com muita relutância Elizabeth subiu a escada tentada a abraçar a mãe e conversar com o bebê, mas preferiu não o fazer.. Já Daniel encarou a mãe por alguns segundos e subiu correndo para o quarto. - O que aconteceu nessa casa? - Perguntou irritada. Será que ela tinha errado o endereço ou o que?

   - Nós iríamos arrumar. - Joe coçou a nuca completamente sem graça. Demi o intimidava com aquele olhar cerrado a espera de uma explicação convincente, mas ela não veio, pois Joe não conseguia formular qualquer que fosse o pensamento. Ela estava tão linda com aquele vestido branco estampado com pequeninas flores cor de caramelo. O vestido como sempre batia um pouco acima dos joelhos de Demi, era soltinho e um pouco rodado. Demi calçava botas rasteiras de cano baixo e tinha uma pequena bolsa de franja também cor de caramelo pendurada no ombro direito. E o melhor: ela estava rodeada de malas. - Você voltou para casa? - Perguntou sem conseguir não sorrir.

   - Voltei. - Demi percebeu o jeito que ele a olhava e corou envergonhada. - O que aconteceu com os seus paletós? - Perguntou aterrorizada ao vê-los em todos os cantos e o pior: manchados! Por Deus! Eles custavam uma fortuna e provavelmente iriam para a lata do lixo.

   - Elizabeth. - Choramingou Joe pegando peça por peça.

   - Por que a sua calça está manchada de verde? - Joe arregalou os olhos ao olhar para baixo e encontrar a região dos joelhos suja de verde e laranja.

   - Daniel. - Murmurou frustrado.

   - Você não deveria estar trabalhando? - Demi fez careta enquanto recolhia folha por folha as deixando onde ninguém poderia se manchar de tinta.

   - Sim, mas eu preciso de um paletó e agora uma calça. - O latido de Buffy fez Demi sorrir de orelha a orelha. Ele correu até ela e pulou tanto alegre por vê-la.

   - Calmo rapaz. - Demi agachou-se para abraçá-lo, mas Buffy quase a derrubou de tão eufórico que ele estava, os olhos brilhavam e o rabinho parecia uma hélice em movimento. - Mamãe sentiu saudades de você. - Demi correu as mãos nos pelos brancos e o abraçou apertado recebendo várias lambidas no braço e por um pouco Buffy não lambeu todo o seu batom. - Quero o meu abraço. - Joe sorriu ao vê-la brincar com Buffy, ultimamente ele estava tão preocupado com o mascote da família, Buffy não queria comer e brincar com os filhotes, apenas ficava deitado num canto isolado de todos. - Que menino mais manhoso. - A essa altura do campeonato Buffy já estava deitado de costas para o chão pedindo carinho na barriga, ele chegou a fechar os olhos conforme sentia os dedos de Demi enroscarem em seus pelos.

   - Eu estava com medo dele ficar doente. - Comentou Joe se aproximando. - Ele não queria comer e não tinha ninguém que o fazia querer brincar, nem os filhotes. - Demi arregalou os olhos e olhou para os lados um tanto apavorada.

   - Eles ainda estão aqui? - Perguntou se levantando para a tristeza de Buffy.

   - Estão. - Joe franziu o cenho ao olhá-la em estado de alertada. - Dá última vez que eu os vi hoje, eles estavam brincando no jardim. - Sim, no jardim brincando com os ursinhos de pelúcia que pegaram no quarto de Elizabeth. 

   - Oh. - Foi tudo que Demi disse.

   - Dem, eu tenho que procurar uma roupa para ir trabalhar, você quer que eu leve as suas malas para o quarto agora? - Levar as malas para o quarto! Ai meu Deus! Joe estava quase pulando de tanta felicidade, ela estava de volta! Demi assentiu e o ajudou com as malas mais leves. Mesmo que a casa estivesse revirada, era tão bom estar nela, Demi subiu degrau por degrau da escada logo atrás de Joe com um pequeno sorriso nos lábios. - Não repara a bagunça. - Os dois acabaram rindo quando Joe fez suspense ao abrir a porta do quarto. Bem, o quarto não estava "bagunçado", apenas a cama estava desarrumada. Demi sorriu ao olhar tudo minuciosamente, aquele era o espaço deles, apenas deles. A cama macia e espaçosa, o criado-mudo onde eles guardavam os objetos que os auxiliavam no dia-a-dia, a poltrona perto da porta da varanda, e as respectivas portas que davam acesso ao closet e ao banheiro.

   - Não está tão bagunçado. - Disse se sentando a cama. Finalmente ela dormiria em paz naquela cama ao lado dele.. 
   
   - É porque as crianças não ficam aqui. - Disse do closet e Demi riu caminhando até lá.

   - Está atrasado? - Perguntou ao vê-lo indeciso entre duas calças sociais e os paletós.

   - Estou, acabei perdendo a noção da hora. - Ele tinha ficado tempo demais na loja de roupinhas e tudo que fosse possível para bebês.

   - Deixe-me ajudá-lo. - Em questão de segundos ela resolveu a indecisão das roupas escolhendo o terno azul marinho e enquanto ele se trocava a deixando sem fôlego ao ver aquele traseiro durinho, Demi escolhia qual gravata ele usaria. - Hum.. Que tal mudar de camisa? - Disse ao pensar no tom sobre tom. A maioria dos homens sempre ficava insegura na hora de se arrumar selecionando apenas a velha camisa branca de botões junto a gravata preta. Demi quebrou aquele tabu escolhendo a camisa azul claro e a gravata da cor semelhante a do paletó.

   - Sentiu algum enjoo no decorrer da semana? - Ela tentou não olhar para aqueles olhos que a fitavam intensamente enquanto o ajudava a vestir a camisa e logo abotoava botão por botão tendo que controlar a respiração e as suas mãos para que estas não tocassem a pele morena e bonita de Joe como ela realmente queria.

   - Diríamos que metade das pessoas da clínica não estava usando os seus perfumes favoritos por minha culpa, eu até vomitei no sapato do meu fisioterapeuta porque o cheiro do perfume dele estava me deixando zonza e muito enjoada. - O receio veio logo depois que concluíra a frase. Onde ela estava com a cabeça? O marido era completamente ciumento e a essa altura do campeonato Demi pensara que Joe iria interrogá-la a respeito do pobre moço. Mas ele não fez, ela o olhou rapidamente e o encontrou com um pequeno sorriso no rosto a olhando. - Está tudo bem? - Perguntou estranhando toda aquela situação, Joseph não era de fazer rodeios.

   - Claro que está. - Assegurou gostando de sentir os dedos dela roçarem os seus fios de cabelo da nuca ao passar a gravata por seu pescoço. - Acho que eu ficaria muito feliz se você vomitasse nos meus sapatos. - O sorriso traçou os lábios dela e ele não resistiu sorrindo também. - Obrigado por voltar para casa, você não faz ideia de como eu estou feliz. - Feliz era uma palavra com o significado, por incrível que pareça pequeno demais para descrever como Joe se sentia. Ele estava simplesmente radiante, a ponto de dançar sem mesmo ter música, queria saltitar pela casa e gritar para todo o mundo que Demi estava de volta na casa deles.

   - Eu também estou muito feliz de estar em casa. - Dessa vez foi inevitável não olhar para os olhos dele. E claro que ela corou, e como corou segurando o paletó prestes a rasgar o pano por conta do nervoso. A cada segundo ele se aproximava mais a cercando com aquele calor fascinante masculino. As mãos roçaram a silhueta na região da cintura a puxando mais para ele. Então o calor dele a envolveu, a embriagou e quase a matou do coração quando ele curvou-se para alcançar os lábios dela tão lentamente sem deixar de olhar para os olhos dela com tanta paixão. Demi se preparou psicologicamente para receber os lábios dele nos seus fechando os olhos e respirando fundo. Daí ela sentiu a respiração dele se misturando a dela e a ilusão de sentir a barba roçar a pele macia e delicada do rosto veio quando ele estava quase com os lábios sobre os dela. As mãos espalmaram o peito masculino sobre a camisa que acabara de vesti-lo e então quando os lábios dele finalmente tocariam os dela, santo Deus! O susto foi tão grande que Demi pensou que perderia o seu bebê. A porta do closet fechou-se com tudo fazendo um barulho horripilante.

   - Você está bem? - Joe perguntou preocupado ao vê-la tão pálida quanto às paredes daquele closet.

   - Estou. Só foi um susto. - Disse tentando se acalmar e acalmar a ele. - Está tudo bem, não precisa ficar nervoso. - Ele estava tão aflito e Demi quase o abraçou. - Vem, vamos vestir o paletó, nós não queremos que você tenha problemas no trabalho. - Mesmo com muito receio, Joe se aproximou a analisando minuciosamente completamente preocupado enquanto ela o vestia com o paletó.

   - Dem, você está bem? - Demi sorriu para ele, mas não foi apenas um sorriso, foi o sorriso mais lindo que só funcionava com ele.

   - Eu estou bem am.. querido. - Demi mordeu o lábio inferior ao fitá-lo com aquela carinha de cachorrinho e o abraçou ternamente.

   - Me acompanha? - Os dedos enlaçaram aos dele assim que ele lhe ofereceu a mão. Eram tantos sorrisos bobos e olhares apaixonados enquanto caminhavam para a garagem. - Não quero que você suba e desça escada toda hora, não ouse em arrumar essa bagunça Demetria, eu e as crianças já tínhamos combinado de arrumar tudo, apenas descanse ok? - Joe a conhecia muito bem para saber que Demi já estava se coçando para colocar tudo em ordem, mas era serviço demais e ela estava grávida e tudo que o médico tinha recomendado era repouso.

   - Não seja tão mandão, eu posso arrumar uma coisa ou outra. - Joe a olhou desconfiado, e Demi riu balançando a mão junta à dele. - Tenha um bom dia. - Demi o olhou louca para beijá-lo, mas estava tão envergonhada com o que tinha acontecido no closet que preferiu não tentar.

   - Descanse querida. - O abraço a começo foi desajeitado, mas logo eles estavam acomodados um ao outro. - Você vai ficar bem com as crianças? - Demi assentiu. Ela pretendia conversar com eles e se desculpar por tudo que tinha acontecido. - Até mais tarde. - Joe agachou-se para beijar a barriga tantas vezes que Demi até riu ao sentir cócegas e logo ele estava partindo depois de dar um beijinho demorado na bochecha dela.

Que Deus lhe desse força.. Estava na hora de conversar com eles.. Demi estava tão nervosa e com medo de ser rejeitada por conta das besteiras que tinha feito no passado, só esperava que fosse perdoada e que Daniel e Elizabeth voltassem a agir com ela da forma carinhosa que eles sempre agiram. Agoniada, Demi mudou a ordem dos enfeites no hall da casa revirando os olhos. Ninguém ali entendia de decoração? Estava tudo tão errado, começando pela sala, onde Demi quase teve um infarto ao ver os tantos pacotes de salgadinhos esparramados pelo centro e a tevê ligada. Ai meu Deus! Ela mataria alguém, oh sim, mataria. O que diabos tinha acontecido com o tapete branco? Ele estava tão diferente da cor de origem.. Estava preto! E cheirava a xixi de cachorro.. Não enjoe.. Demi resolveu sair da sala o mais rápido possível antes que vomitasse sobre o tapete, então ela subiu a escada e deparou-se com o dilema. Do lado oposto a porta do seu quarto estava à porta do quarto de Daniel a poucos metros da sua.. Já no final do corredor estava a porta do quarto de Elizabeth. Ambas as portas estavam fechadas.. Em qual quarto ela entraria primeiro? O arrepio percorreu todo o corpo e Demi pôs-se a caminhar. Qual situação tinha sido pior? Hum.. as duas.. Os seus pés a guiaram para o final do corredor.. A respiração estava tão pesada e as mãos chegavam a tremer. Uma batida à porta e logo a mesma foi aberta como se Elizabeth estivesse esperando por aquilo.

   - Oi. - Disse sem graça para a menina.

   - Oi. - Respondeu Elizabeth prontamente a olhando.

   - Posso entrar? - Perguntou com receio e aos poucos a menina abriu a porta e deu passagem para a mãe. O quarto de Lizzie estava no mesmo estado de sempre. Não muito bagunçado, mas não completamente arrumado. - Posso me sentar? - Tornou a perguntar com receio e Lizzie assentiu sem olhá-la. Demi se acomodou na poltrona macia e cor-de-rosa colocando o violão que antes estava na poltrona em seu colo com a boca virada para baixo. - Então.. - Murmurou quando o silêncio constrangedor preencheu o quarto. - Nós podemos conversar? - Elizabeth assentiu deitando-se a cama agarrando um bichinho de pelúcia sem olhá-la. Tudo bem.. Seria mais difícil do que ela tinha pensado. - Olha, eu sei que.. que fui uma idiota com você, eu não deveria ter dito aquelas coisas.. eu me arrependo tanto de tudo que fiz para estragar a nossa família.. eu não estava pensando, só estava agindo como uma pessoa descontrolada e compulsiva. Eu não deveria ter ingerido uma gota de álcool sequer, mas eu o fiz.. E peço desculpas por te fazer sofrer tanto, por mentir e todos os meus atos errados. - Demi pôs-se cabisbaixo sentindo o coração bater mais rápido por conta da ansiedade de ouvir a resposta de Elizabeth. Ela so queria ser perdoada e ter uma nova chance para fazê-la feliz.

   - Por você estava bebendo? - Perguntou a menina num sussurro baixo.

   - Eu tinha acabado de brigar com o seu pai.. depois eu briguei com o seu irmão e doeu tanto fazer coisas e escutar palavras que eu jamais pensei que escutaria. Estava doendo muito, eu não sabia como lidar com a dor e então a única solução que encontrei foi ficar fora de mim, não lembrar das coisas, apenas esquecer que doía.. E no começo deu certo, mas o vício foi aumentando porque parecia que a cada dia que se passava doía mais, então eu tinha que beber o dobro que eu tinha bebido no dia anterior para aguentar. - Lizzie estava com os olhos arregalados, jamais pensou que a resposta fosse tão completa.. Beber para passar a dor parecia ser a coisa mais estúpida a ser feita aos olhos de Lizzie, mas no fundo ela batalhava contra uma Elizabeth magoada para tentar entender os motivos da mãe. - Eu só estava com medo, e quando nós estamos com medo fazemos tudo, menos o certo. Eu amo vocês com a minha vida, eu não quero brigar com ninguém, só quero uma segunda chance para consertar as coisas. Elizabeth, eu sei que te magoei muito, e espero que um dia você possa me perdoar por ser tão boba e fraca. - Demi repousou o violão na poltrona assim que se levantou para sair do quarto, Lizzie mal a olhava, apenas chorava baixinho.

   - Mãe.. - A pequena mão tocou o ombro de Demi fazendo com que o coração dessa disparasse. Lizzie a abraçou com todo o carinho e amor que sentia por aquela mulher. - Eu te amo muito. - Demi limpou as lágrimas compulsivas que rolavam pelo rosto de Lizzie e a aninhou no peito como sempre fazia quando ela era apenas um bebê.

   - A mamãe também te ama muito. - Disse beijando a testa da menina. - Muito e muito meu bebê. - Lizzie não deixava que as lágrimas impedissem o seu sorriso, ela tinha contado os dias, as horas e os minutos para abraçá-la. - Você perdoa a mamãe por ser tão idiota? - Perguntou a olhando nos olhos e Lizzie assentiu prontamente sorrindo.

   - Como ele está? - Perguntou curiosa acariciando a barriga da mãe.

   - Está me matando de fome. - Demi levou a mão a da menina sorrindo. - Você também me matava de fome. - Não era à toa que Elizabeth era comilona, aliás, tanto Daniel e Elizabeth adoravam passear pela cozinha nas madrugadas.. ou melhor, o dia inteirinho.

   - A senh.. você quer que eu prepare alguma coisa para comer? - Lizzie parecia tão radiante por conta daquele bebezinho, em nem um minuto sequer ela tinha deixado de acariciar a barriga da mãe e sorrir.

   - Acho que eu comi muita goiabada com creme de leite na casa da sua avó, depois teve aquele tanto de biscoito e torrada. - Era comida demais, sem contar as tantas fatias de bolo que ela já tinha comido naquele dia. Baunilha, milho, chocolate, abacaxi, morango..

   - A vovó Dê disse que prepararia canjica para você. - Demi arregalou os olhos em pavor. Não! Ela definitivamente odiava canjica. Denise praticamente a obrigava comer toda a canjica que preparava com o incentivo de Joe, pois a ajudaria produzir leite para quando o bebê nascesse ele não passasse apuros. - Não gosta de canjica? - Perguntou a menina inocentemente.

   - Não. - Disse emburrada e Lizzie riu a abraçando. - Como está o Eric? - Perguntou ao se lembrar do rapaz. Quando Eric a visitou no hospital, Demi o abraçou com tanta força. Graças a ele e Elizabeth, ela ainda estava viva.

   - Está bem. - O comportamento de Lizzie mudava quando o nome do rapaz era citado. Os olhos brilhavam e um leve rosado assumia a cor das bochechas da menina. - Ele vai para a faculdade mãe. - Murmurou manhosa e Demi sentiu o coração partir. Eric e Lizzie eram tão unidos, sempre estavam juntos e nada parecia abalá-los. - Ele quer construir casas e essas coisas gigantes, quer ser engenheiro civil. - Demi a abraçou com força procurando as palavras certas para consolar a filha.

   - Ele está pensando no futuro. Daqui alguns anos você também vai para a faculdade e vocês dois vão conseguir se formar, casar e ter muitos bebês. - Demi fez careta ao pensar em Elizabeth fora da sua zona de proteção.

   - Eu acho que eu quero ter só um bebê, eu ainda não sei. - Disse distraída fazendo a mãe rir. Lizzie era apenas uma menina que completaria quinze anos daqui a alguns meses. Estava cedo demais para pensar em casamento e bebês.

   - Tudo bem, nada de bebês por agora mocinha. - Elizabeth apontou para a barriga de Demi a fazendo corar. Às vezes as pessoas a olhava com aquela cara de "eu sei que você fez sexo", e Demi sempre ficava sem jeito e envergonhada. - Você acha que.. hum.. você acha que eu devo falar com o Dan agora? - A careta de Elizabeth dizia que não, que ela não deveria falar com o filho naquele momento. Será que Daniel estava muito magoado?

   - Não, fica aqui comigo. - Murmurou manhosa e Demi riu se sentindo completamente aliviada por ser apenas uma brincadeira da menina. - Eu não quero ter que dividir você com aquele bundão. - Daniel e Elizabeth tinham os seus tempos de paz e os tempos de briga. Nos tempos de paz ambos se ajudavam, eles sempre estavam brincando juntos e compartilhando tudo... Já nos tempos de briga tudo era discussão e muitos insultos.

   - Eu preciso falar com ele. - Murmurou Demi fazendo biquinho para Lizzie.

   - Tudo bem! Aproveita e dá umas boas broncas naquele garoto, mãe, ele está tão idiota, mais idiota que o normal. - Daniel a perturbava porque ele adorava ver Lizzie toda irritadinha, era o seu passatempo preferido.

   - Elizabeth, não fale assim do seu irmão, ele é um bom garoto. - Defendeu, pois sabia que se Dan estava perturbando Lizzie era porque alguma coisa ela tinha feito. - Eu vou falar com ele, mais tarde eu venho aqui, por enquanto à senhorita pode ir arrumando essa zona do seu quarto. - Elizabeth fez cara feia e choramingou jogando-se na cama. Porque tudo para a mãe sempre estava bagunçado ou errado? Enquanto Lizzie se lamentava, Demi caminhava com o coração na mão por aquele corredor. Será que ela conseguira o perdão do filho? Era tão delicada aquela situação. O tempo todo Demi só quis protegê-lo da melhor forma possível, não queria que Dan se machucasse, mas tinha se expressado da forma errada. A porta não abriu-se tão prontamente como a do quarto de Lizzie, primeiro Demi bateu à porta e esperou.. nada.. bateu novamente e como da primeira vez, a resposta não veio.. Tudo bem, Demi bateu à porta pela última vez e quando o tempo passou e nada da porta se abrir, ela virou as costas e quando estava a poucos centímetros do quarto, o barulho da porta sendo destrancada e logo sendo aberta a deixou com o coração prestes a pular para fora da boca. Ele não estava na porta.. Demi deu um passo em direção ao quarto e logo mais um e outro até que estava dentro desse.

   - Daniel? - Chamou. Ela estava tão nervosa que o nome do garoto nunca tinha soado com tanto sotaque texano. Ele não estava na cama desarrumada e nem na poltrona. Demi olhou para o lado e o encontrou saindo do banheiro. Os cabelos ainda estavam úmidos e aquela barba o deixava uma gracinha. Oh não, ele era o bebê dela. Tão pequeno e sorridente! Demi lutou para não chorar, apenas o olhou de cima a baixo sentindo-se velha, o seu menino estava enorme. Como quebraria aquele clima tenso? Ela não sabia como começar ou até mesmo se poderia começar a se explicar.

   - O que foi? Você quer que eu te ajude em alguma coisa? - Perguntou o garoto também nervoso. - Porque você está grávida, e grávida não pode pegar peso e essas coisas, você sabe como é. - No final das contas ambos estavam olhando para todos os lados, menos um para o outro até que Demi tomou coragem.

   - Nós podemos conversar? - Finalmente perguntou sentindo todo o frio dos polos da terra invadirem-na cruelmente.

   - Pensei que já estivéssemos conversando. - Daniel virou as costas para caminhar para o closet a deixando sozinha. Resistência não era nada bom..

   - Conversar sobre outra coisa. - Disse sorrindo amarelo ao vê-lo voltar do closet vestido com uma camisa branca. Como a resposta não veio e nem Dan a olhava, apenas estava cabisbaixo, Demi resolveu começar. - Eu.. Daniel, eu peço desculpas por tudo que fiz. Não quero ter que te ignorar ou fingir que nada aconteceu, eu fui estúpida com você, aliás, não só com você.. Com a nossa família. - Daniel ergueu a cabeça para olhá-la e Demi tremeu ao fitar os olhos verdes do filho. - Sabe, eu sempre agi dessa forma com você porque eu tenho muito medo de te perder. Você é o meu bebezinho, meu menino que eu amo tanto. - Dessa vez foi Demi quem desviou os olhos do garoto para olhar para baixo. - Eu tenho tanto medo de você sair de casa e me esquecer. - Confessou num sussurro. - Eu sei que fui egoísta e prepotente, mas proibir o seu namoro foi a única coisa que eu pude fazer para te proteger, para me proteger. - Daniel cerrou os olhos e cruzou os braços.

   - Sabe o que eu não entendo e acho que nunca vou entender? Você sempre fez a maior propaganda da Jenny para mim, dizia que nós éramos perfeitos juntos, e quando eu a pedi em namoro pensei que você fosse ficar feliz, mas tudo que você fez foi gritar e me tratar como se eu fosse um garotinho de quatro anos! - Demi arregalou os olhos e logo eles estavam marejados. Não era hora para ela ter uma crise hormonal.

   - Você pode me escutar? - Perguntou calmamente e depois de Daniel ofegar, ele assentiu se sentando a poltrona e ela a cama de frente a ele. - Eu sempre gostei da Jenny, ela era a garota perfeita para você.. mas no dia que eu briguei com o seu pai, eu fui buscar a sua irmã na escola e quando nós estávamos no carro, a Jenny e a mãe dela estavam na escola.. A Sra. Short, certo? - Daniel afirmou sem entender onde a mãe queria chegar. - Você se lembra do meu discurso para as pessoas com transtornos alimentares e problemas mentais? - Daniel congelou ao se lembrar do caos que tinha sido aquele evento, as fotos vazadas e depois as tantas brigas que praticamente destruíram a família. - A Alex as vazou. Não pense que eu estou inventado, naquele dia o seu pai me tirou do palco e eu estava tão nervosa que ele me levou para o banheiro para que eu pudesse limpar a bagunça que era a minha maquiagem e me acalmar. Como eu tinha chorado muito, pedi ao seu pai um copo com água e assim que ele saiu para buscá-lo, a Alex apareceu do nada e confessou o que tinha feito. Ela vazou as fotos no evento e as fotos da internet. Bem, nós nos conhecemos desde a época que eu ainda trabalhava na Disney, deveria ter os meus dezessete quase dezoito anos.. Foi com ela que eu aprendi a fumar cigarro.. logo veio as drogas e nós acabamos discutindo porque ela tinha contado para o seu pai que eu tinha hum.. ficado com um amigo nosso. Eu a soquei numa festa.. Eu estava no meu limite, não me aguentava mais então decidi que o melhor para mim mesma era estar numa clínica internada, eu estava doente.. Graças a Deus eu consegui dar a volta por cima, fiquei três meses internada e quando sai, eu era uma nova pessoa, não existia mais aquele lado negro que me aprisionava e repreendia, alguns meses depois o seu pai me pediu em casamento e eu aceitei. - Demi arriscou olhá-lo e encontrou o garoto completamente pensativo. - Nós nos casamos e eu descobri que estava grávida alguns meses depois, foi um caos. O seu pai estava chateado porque a nossa lua de mel foi interrompida por causa da minha carreira, e quando eu voltei para casa, contei a ele que nós seriamos pais. - Demi sorriu com a lembrança. Ela tinha sido a mulher mais feliz do mundo quando soube que teria o seu bebê. - Alguns meses e você nasceu para me deixar doida, eu tinha acabado de completar os meus vinte anos e não sabia como cuidar de um bebê. - Daniel esboçou um sorriso e Demi o retribuiu. - Mas nada que o tempo resolvesse, eu estava tão encantada com o meu garotinho, você me surpreendia a cada dia que se passava com as suas bagunças e quando você disse a sua primeira palavrinha. Oh meu amor, eu fiquei tão feliz ao escutar a sua vozinha fina me chamar. Nós sempre fomos tão companheiros, você ficava comigo e me fazia à mulher mais segura do mundo quando o seu pai estava viajando para Nova York para conseguir cuidar da nossa família. Você me defendeu, cuidou da Beth quando ela ainda era um bebê. Por isso que eu tenho ciúme, entende? Eu não quero perder o meu garotinho, eu não quero que ninguém nesse mundo ouse em te machucar. Você tem uma mãe muito maluca, eu vou mover céus e terras para te proteger. E quando eu descobri que a Jenny era filha da Alex, fiquei com medo do que ela poderia fazer para te machucar. A única solução era te afastar da menina, mas você estava tão apaixonado e a culpa era toda minha! Então eu fiz a besteira de proibir o seu namoro, foi o melhor que eu pude fazer. Só assim você estaria seguro. - Daniel respirou fundo jogando a cabeça para trás. Diabos! Ela só estava pensando no bem dele o tempo todo! A culpa quase o matou. - Fui irracional, eu sei. Mas eu não sabia onde estava pisando, não sabia se a Jenny realmente gostava de você ou se estava sendo manipulada pela mãe, porque se a Alex te machucasse eu faria uma loucura. - O que ele diria a ela? Pedir desculpa não amenizaria a sua culpa.

   - Eu não sei o que dizer. - Murmurou adentrando os dedos nos cabelos.

   - Como você se sente? - Perguntou Demi levando as mãos aos joelhos do filho.

   - Como um idiota? - Tornou a murmurou um tanto impaciente. - Que tipo de filho diz que odeia a mãe? Eu te chamei de louca! Que Deus tenha piedade de mim. - Demi respirou fundo calmamente fechando os olhos. - Eu só pensei na minha dor enquanto você e o papai estavam em crise, como eu não pensei que você também estava sofrendo? Que idiota! Estava tão óbvio.. depois teve o coma para acabar comigo porque a culpa foi minha! - Abrindo os olhos, Demi cravou as unhas nas coxas do menino apenas para chamar a atenção dele.

   - Vem cá. - Chamou quando Dan a olhou confuso. - Sente-se aqui meu amor. - Pediu carinhosamente apontando para o seu lado e assim que Daniel o fez, ela enlaçou os dedos aos dele. - Você me perdoa? - Perguntou o olhando nos olhos e Dan arregalou os dele. Porque ela estava pedindo desculpas?

   - Sou eu quem tem que pedir desculpas. Você me perdoa? - O abraço finalmente aconteceu. Firme e forte. Então os pedidos de desculpas encheram o quarto. "Você me desculpa por ser uma mãe maluca?"; "Você me desculpa por ser um filho maluco?"; "Você me desculpa por ter sido grossa com você?"; "Você me desculpa por ser grosso com você?"; "Você me desculpa por fazer muita besteira?"; "Só se você me desculpar por sem querer quebrar o seu vaso de cristal".

   - Daniel! - Demi a olhou feio. O vaso de cristal não! Tinha sido um dos presentes de casamento que ela ganhara de Joe. - Você não quebrou o meu vaso de cristal, quebrou? - Dan a olhou daquela mesma forma que ele a olhava quando era pequeno e comprimiu a boca em uma linha.

   - Desculpa? - O garoto deu de ombros e Demi revirou os olhos.

   - Desculpado. - Murmurou emburrada e o garoto riu a abraçando de lado.

   - Eu senti a sua falta. - Confessou a beijando na bochecha. - Como está o bebê? - Perguntou acariciando a barriga da mãe.

   - Está me matando de fome. - Aquela deveria ser a décima vez que ela dizia aquela mesma frase, mas fazer o que? Era o que o seu pequenino estava fazendo.

   - Falar em fome.. humm.. eu estou faminto. - Murmurou o garoto.

   - Vamos chamar a sua irmã? Daí nós podemos preparar um pequeno lanche e depois vocês me ajudam com o almoço e a casa bagunçada. - Dan fez careta quando Demi falou de Lizzie, mas logo estava de pé quando a mãe citou o lanche e o almoço.

   - Você vai bater na Lizzie? Ela manchou os paletós do papai quando deixou o vidro da água sanitária cair dentro da maquina de lavar. - Ela tinha chegado à hora da discussão e livrou Daniel de Lizzie com o taco de beisebol.. A menina faria um estrago!

   - Não, mas o seu pai está chateado. Eram os paletós preferidos dele. - Demi bateu à porta do quarto de Lizzie e segundos depois a menina abriu a porta sorrindo para a mãe e revirando os olhos para o irmão.

   - Fofoqueiro. - A troca de olhares cerrados durou pouco, pois Demi os repreendeu com uma bronca.

   - Ninguém manda você fazer o que não deve no lugar que não deve. - Insinuou Daniel fazendo Lizzie beliscá-lo. Demi passou Daniel para o lado esquerdo e Lizzie para o direito, só assim eles não poderiam brigar com ela no meio..

   - Vocês tomaram café da manhã? - Perguntou e revirou os olhos quando Dan disse que Lizzie tinha feito a pior refeição que ele já tinha provado em toda a sua vida para o café da manhã. - Eu vou preparar algo rápido para vocês e depois nós vamos adiantar o almoço e arrumar a casa. - Houve suspiros frustrados, mas nenhuma reclamação. Um degrau de vez e com muito cuidado Demi desceu a escada não se sentindo tão cansada como sempre acontecia, ela ignorou a bagunça da tinta e eles caminharam em silêncio para a cozinha. - Oh meu Deus! - O que tinha acontecido ali? Demi tinha a mão sobre a boca e os olhos tão arregalados. Ela iria fugir! Estava tudo revirado, e lá estavam os autores da bagunça. Peludos e muito maiores que ela lembrava. Os filhotes de Buffy!

Continua.. Agora a Demi vai correr! Ela tinha pavor dos filhotes quando eles eram pequenos, imagina agora que eles estão um pouco maiores. Espero que vocês gostem desse capítulo, eu tive que dividi-lo porque ficaria muito grande se eu fosse postar tudo de uma vez, sem contar que demora muito para escrever. Um abraço e obrigada pelos comentários e mais uma vez, obrigada Leka!!